Nos instantes seguintes a
porta foi aberta, relevando uma das empregadas que ficou um tanto surpresa ao
me ver.
- Seja bem-vinda, de volta
senhora. – Ela disse simpática.
Sorri fraco como agradecimento
e pus meus pés dentro de casa.
Finalmente eu estava em minha
casa.
- Uau! Isso é um palácio. –
Lucca comentou impressionado.
- Vamos Christian, eu não
tenho o dia todo! – Sua voz rude e rouca ecoou pela sala.
Estranhamente meu coração
acelerou de forma descompassada e sentia que minhas pernas não iam suportar o
peso do meu corpo.
- O que foi? – Lucca perguntou
me analisando.
Era óbvio que eu não estava no
meu normal.
- Você está bem, Mellanie? –
Hugh me perguntou também parando do meu lado.
Foi o momento certo que Justin
apareceu com o Christian na nossa frente. Foi como se fossemos ímãs e nossos
olhares foram atraídos um pelo outro. Depois de um mês sem vê-lo e sem falar
com ele, finalmente estávamos cara a cara. Foi como se tudo ao nosso redor
tivesse sumido e restado apenas nós dois.
Nem parecia que ele tinha
sofrido uma overdose semanas à atrás. Me parecia saudável embora carregasse um
semblante estressado naquele momento. Eu não conseguia desgrudar meus olhos
dele. Era algo mais forte que eu. Apesar do que ele fez, eu estava morrendo de
vontade de abraça-lo e confessar que senti saudades. Sobretudo, meu orgulho é
muito maior que qualquer vontade que eu possa sentir.
- Mamãe! – Uma voz angelical
ecoou em meus ouvidos, me fazendo encerrar o transe visual e olhar para baixo,
vendo meu pequeno agarrado em minhas pernas.
- Oi meu amor! – Disse me
agachando para pegá-lo nos braços.
Quando levantei o olhar,
Justin não olhava mais para mim e sim para Lucca.
- Pessoal, olha só quem está
de volta! – Christian berrou para que os quatro cantos da mansão ouvissem. –
Que saudades! – Ele disse me abraçando de lado.
Fiquei triste em saber que meu
primeiro abraço de boas-vindas não foi do Justin. Inclusive, ele me olhou de
relance e passou pela porta, esbarrando nos seguranças que traziam nossas
malas. Imbecil!
- Vou indo, hoje não está
sendo um bom dia para ele. – Christian disse e saiu, o acompanhando.
- Quem era? – Minha mãe me
perguntou.
- Depois nós conversamos. –
Sussurrei.
- Mellanie! – Jeremy apareceu
de braços abertos, carregando um sorriso largo nos lábios.
- Jeremy! – Disse indo
abraça-lo desajeitada, devido à Jason ainda estar em meus braços.
- Porque não nos avisou que
chegaria hoje? Poderíamos ter feito uma festinha de boas-vindas. – Ele disse
afagando meus cabelos.
- Imagina, não precisa disso.
– Respondi.
- Querida, seja bem-vinda! –
Pattie disse me abraçando também.
- Obrigada. – Agradeci.
Jazmyn e Jaxon não apareceram,
devem estar ocupados com alguma coisa.
- Bom, deixem-me apresentar
minha mãe e meu irmão. – Disse.
- Como assim? Sua mãe não
estava morta? – Jeremy perguntou surpreso.
- Eu também pensei que estava.
Aproveitei minha ida ao Brasil para investigar sobre o acidente e acabei
descobrindo que ela não tinha morrido. – Respondi.
- Caramba! – Pattie murmurou.
– Prazer, me chamo Patrícia mais pode me chamar de Pattie. Seja bem-vinda à
nossa casa. – Estendeu a mão para minha mãe.
- Obrigada. – Minha mãe
respondeu sorrindo e apertando sua mão. – Me chamo Madison.
- Bem-vinda Madison! – Jeremy
respondeu.
- E esse é meu irmão por parte
de pai, Lucca! – Apontei para Lucca que estava ainda olhando a casa, com as
mãos dentro dos bolsos.
- Ah, oi! – Ele respondeu. –
Prazer em conhecê-los.
Lucca cumprimentou Pattie e
Jeremy com um aperto de mãos.
- Não sei se vocês conhecem,
mas esse é Hugh. Meus dois braços na Rússia. – Apontei para Hugh.
- Devo ter ouvido Justin falar
sobre ele. – Jeremy respondeu. – Prazer! – Estendeu a mão para Hugh.
- Ele não é bom em inglês,
então o diálogo vai ficar complicado. – Respondi e Jeremy riu.
Traduzi para Hugh e ele riu
apertando a mão de Jeremy.
- Adoro ter visitas em casa! –
Pattie disse sorridente. – Venham, eu mesma vou acomodá-los.
- Mãe e Lucca, podem ir com a
Pattie. – Disse.
- Tudo bem. – Minha mãe
respondeu.
Pattie, minha mãe e Lucca
subiram as escadas. Os seguranças foram acompanhando com as malas, enquanto eu,
Jason, Jeremy e Hugh fomos nos sentar nos sofás. Jason não tinha desgrudado de
mim ainda.
- Não viu o Justin? – Jeremy
me perguntou.
- Sim, eu vi. – Respondi o
olhando. – Mas ele fingiu não me ver e saiu.
- Ele está de cabeça quente. –
Jeremy respondeu e fiquei o olhando confusa. – Roubaram dois caminhões com
cargas de cocaína e ele está puto querendo saber quem foi. Foi melhor ele nem
ter falado nada com você, sabe como ele tem a mania de descontar tudo nos
outros.
- Sim, eu sei. – Respondi por
fim. – Está tudo bem por aqui?
- Sim, tudo calmo. Como foi no
Brasil?
- Foi bom, descobri que também
tenho família. – Sorri.
- Fico feliz por você. Apesar
de ter tentado ser um pai para você, sei que nunca iria substituir o seu.
Aliás, onde ele está? – Jeremy me perguntou.
- Você vai continuar sendo um
paizão. – Sorri apertando sua mão. – Ele está no Brasil trabalhando. Não deu
para ele vim.
- Ele trabalha com o quê?
- É advogado. – Respondi e
Jeremy franziu a testa.
- Caramba! Ele sabe o que você
faz? – Neguei com a cabeça. – Isso pode ser um problema.
- Eu também pensei nisso. Ele
só sabe que casei com um homem bem-sucedido.
- E sua mãe?
- Ela sabe de tudo, não tinha
como esconder dela. Não se preocupe, ela não irá contar nada para meu pai.
- Que bom! Vamos com calma.
Não deve ser fácil descobrir que sua filha é uma criminosa quando se é advogado
e jurou andar de acordo com as leis.
Concordei com a cabeça.
- Como foi a recuperação do
Justin? – Perguntei.
- Tranquila. Mandar Jason para
cá foi ótimo, ele tomou todo o tempo do Justin. Ao invés dele fazer besteiras,
ele passava a maior parte do tempo com o Jason.
- Binquei com o papai. – Jason
disse.
- Que legal. Do que vocês
brincaram? – Perguntei alisando os cabelos do meu pequeno.
- Bola. – Ele respondeu.
- Hora do almoço! – Pattie
apareceu na sala.
- Vamos almoçar, Hugh! – Disse
para ele em russo.
- Graças à Deus, minha barriga
está se comunicando comigo há séculos. – Ele respondeu e dei risada.
- Sua mãe e seu irmão já estão
à nossa espera. – Pattie disse.
- Onde estão Jazmyn e Jaxon? –
Perguntei me levantando e colocando Jason no chão.
Segurei em sua mãozinha e
fomos caminhando em direção à cozinha.
- Foram ao cinema, logo mais estão
em casa. – Jeremy respondeu.
Chegamos à cozinha, me sentei
no meio da minha mãe e do Lucca.
- Meu sobrinho é lindo que nem
o tio. – Lucca comentou passando a mão nos cabelos do Jason.
- Olha Jason, você tem mais um
tio. – Disse apontando para o Lucca.
- Quelo pesente. – Jason disse
e demos risada.
- Acho que já temos algo em
comum. – Lucca respondeu e continuamos rindo.
Durante o almoço conversamos
bastante. Tentei entrosar o máximo minha mãe e Lucca na família. Pattie já
conversava sem parar com minha mãe e Lucca conversava sobre esportes com o
Jeremy. Fiquei conversando só com o Hugh mesmo, Jason estava preocupado demais
em se deliciar do pudim da Rose. Que aliás, eu estava morrendo de saudades da
sua culinária.
Hugh teve que ir embora depois
do almoço. Meu império na Rússia não pode ficar abandonado por muito tempo,
então era melhor que ele fosse mesmo.
- Onde está seu marido? –
Lucca me perguntou.
Só estávamos eu, ele, minha
mãe e Jason na sala. Jeremy e Pattie haviam subido.
- É aquele que passou por nós
assim que chegamos. – Respondi.
- Ele não me parecia muito
amigável. – Lucca respondeu.
- Jeremy disse que ele estava
tendo um dia difícil.
- Mais vocês são casados, ele
deveria ter pelo menos falado com você. – Foi a vez da minha mãe opinar.
- Não sei se eu queria falar
com ele também. – Dei de ombros.
- Vocês brigaram? – Lucca me
perguntou.
- Sim, por isso fui para o
Brasil.
- Entendi. – Ele disse por
fim, não querendo aprofundar o assunto e agradeci mentalmente.
- Tudo vai se resolver. –
Minha mãe respondeu.
- É... – Murmurei. – Gostaram
da casa?
- Tá brincando? É enorme. –
Lucca disse.
- É porque você não viu a sala
de jogos, de cinema, a academia, a quadra...
- Tem tudo isso aqui? – Ele
perguntou boquiaberto.
- Sim, tem. Nem usamos muito.
- Caramba! – Ele disse.
- É uma bela casa. – Minha mãe
respondeu.
(...)
Depois da nossa conversa,
minha mãe e meu irmão foram descansar em seus quartos. Eu não tinha entrado no
meu quarto desde que havia chegado. Quando entrei, o perfume forte de Justin
invadiu minhas narinas. Olhei para a nossa cama que estava arrumada
impecavelmente e foi impossível não ter lembrança de nós dois desarrumando os
lençóis.
Balancei minha cabeça
negativamente e coloquei Jason em cima da cama, o mesmo estava sonolento.
- Me espere aqui, a mamãe vai
tomar banho. – O avisei e ele assentiu com a cabeça
fechando os olhinhos.
Procurei por minhas malas e só
depois fui notar que já estavam desfeitas. As empregadas foram rápidas em
arrumar minhas coisas no closet. Eu estava com uma dúvida enorme, se dormiria
aqui ou se iria dormir em um quarto de hóspedes. Não faz sentindo para mim,
passar um mês longe de Justin e depois dormir ao seu lado como se nada tivesse
acontecido.
Peguei um roupão e me
direcionei ao banheiro. Tomei um banho relaxante e demorado. É muito bom estar
em casa. Saí enrolada no roupão e fui até o closet, novamente. Vesti uma
lingerie, um short e uma camiseta de tecido confortável. Passei um hidratante
no meu corpo, devido a minha pele estar um pouco ressecada do sol no Brasil.
Penteei meus cabelos e por fim, fui até a cama. Jason já havia dormido. O
ajeitei em meio a travesseiros e dei um beijo em sua testa.
Peguei meu celular colocando
no bolso e uma das minhas armas, colocando no cos do short. Saí do quarto
tentando não fazer barulho. Desci as escadas e encontrei Jack no meio do
caminho.
- Senhora! Que bom vê-la. –
Ela disse sorrindo.
- Oi Jack! Jason está
dormindo, dê uma olhada nele enquanto eu estiver fora. – Disse.
- Sim, senhora. – Ela assentiu
com a cabeça.
Fui até a garagem, procurei um
dos meus carros e entrei na minha Ferrari preta. Manobrei e saí da garagem.
Iria dar uma volta pela cidade e depois ir ao galpão. Eu tinha que ocupar minha
mente. Procurei o contato da Lilly no meu Iphone e liguei para ela.
- Lilly? Vá para o galpão com
a Caitlin dentro de vinte minutos. – Disse assim que ela atendeu.
- Fazer o quê? – Ela
perguntou.
- Estou indo para lá. – Disse
por fim.
- Aahhhh, quer dizer que a
vadia chega e nem avisa? Que bela amiga você é. – Ela dramatizou.
- Estou avisando agora. – Dei
de ombros, mesmo ela não vendo.
- Vou avisar a Cait,
tchauzinho. – Ela disse.
- Ok. – Disse por fim e
desliguei.
Pisei fundo e dentro de quinze
minutos cheguei ao galpão. Os capangas me cumprimentaram e fui logo para a minha
sala. Encontrei algumas papeladas em cima da mesa e dei uma olhada. Eram
carregamentos da semana. Estava tudo em ordem, pelo menos aqui. Já que a minha
vida estava em desordem total.
- Salve vadia! – Lilly
adentrou minha sala com a Caitlin.
- Eai quengas! – As saudei
também.
- Está bronzeadinha em. –
Caitlin disse me olhando.
- O sol no Brasil não brinca
em serviço. – Disse e elas riram.
- Que bom que está de volta. –
Caitlin disse sentando-se.
- É verdade! – Lilly disse
fazendo o mesmo. – Já encontrou com o Justin?
- Já. – Respondi e elas me
olharam curiosa.
- Como foi? – Caitlin
perguntou rápido.
- Assim que cheguei na mansão,
ele ia saindo com o Christian. Nos vimos, porém ele fingiu não me ver e saiu.
- Sério? Pensei que ele iria
se jogar aos seus pés. – Lilly disse.
- Ele deve estar mesmo muito
puto com o roubo das cargas. Chaz me disse que ele estava louco querendo saber
quem foi. – Caitlin respondeu.
- Mais acho que isso não
justifica. Ele sofre um mês todo por você e quando finalmente você volta, ele
age assim? – Lilly questionou.
- Vai saber o que se passa na
cabeça daquela criatura. – Bufei.
- É complicado entender o
Justin. – Caitlin disse.
- Eu já desisti de entender. –
Dei de ombros.
- Bom, mudando aqui um pouco o
assunto, estamos com um pequeno problema. – Lilly disse.
- Qual? – Perguntei a olhando.
– Dei uma olhada nas papeladas aqui e está tudo ok.
- Sim, sobre os carregamentos
está sim. Me referi à uma das boates. Acho que vamos ter
que fechar uma.
- Porquê? – Perguntei.
- Tem uns tiras em cima
direto. Acho que eles estão investigando à boate. Há algumas semanas que
percebemos isso. Eles vão sempre juntos, vestidos normais e ficam a noite toda
só observando tudo. Por isso que tiramos as vadias de lá. Se descobrirem que
fazemos negócios ilegais, estamos ferradas. – Lilly disse.
- Qual à boate que estão indo?
– Perguntei.
- A central. – Caitlin disse.
- Nem fudendo que vai ser
fechada. A central é a mais badalada e temos uma renda boa de lá. – Disse.
- E o que pensa em fazer? –
Caitlin perguntou.
- Tiras mortos não atrapalham
nosso caminho. – Disse girando na minha cadeira.
- Quer mandar matá-los?
- Se continuarem de palhaçada,
não vou descartar essa hipótese. – Disse firme.
- Eita que a vadia voltou com
sangue nos olhos. – Lilly disse. – Podíamos sair para comemorar.
- É uma boa. Quero conhecer os
urubus que andam rondando minha boate. – Respondi.
- Estou sem roupa! – Caitlin
reclamou e a olhei com cara feia. – Brincadeirinha.
- Fechado então? – Lilly
perguntou.
- Sim! – Concordei.
Deve ser isso mesmo que eu
precise. Uma saída com as minhas amigas. Ficamos conversando sobre coisas
aleatórias, até uma carga chegar. Então fomos verificar e passá-la para o
servidor. Saímos do galpão por volta das seis horas, seguimos para uma
lanchonete comer alguma coisa.
- Nós vamos para a mansão ou
te esperamos já na boate? – Lilly me perguntou.
- Me esperem na boate, por
volta das nove e meia eu estou chegando. – Respondi.
- Beleza!
Nos despedimos e cada uma foi
para suas casas. Estacionei meu carro no jardim mesmo, já que iria sair logo
mais tarde. Entrei em casa e ouvi risadas conhecidas. Segui para a sala e
encontrei Jazmyn, Jaxon e Lucca. Estavam bem animados conversando.
- Que bom que já se conhecem.
– Disse ao vê-los.
- Mel! – Jazmyn levantou-se e
me abraçou. – Pensei que não fosse voltar mais.
- Que dramática. – Disse
rindo.
- Dá próxima vez que for
viajar, leva a gente pelo menos. – Jaxon completou.
- Ainda bem que tem pessoas da
minha idade aqui. – Lucca disse.
- Já estão amiguinhos? –
Perguntei cruzando os braços.
- Pô, teu irmão é super gente
boa! – Jaxon disse.
- Também achei. – Jazzy
respondeu.
- Tenho um convite para vocês.
– Disse e eles me olharam curiosos. – Vamos à boate hoje.
- Sério? Que maneiro! – Lucca
disse.
- Tô dentro! – Jaxon respondeu.
- Eu também! Liga para a
Stefane, Jaxon. – Jazzy deu a ideia.
- Ela não está aqui em
Califórnia. Viajou com os pais. – Jaxon disse.
- Ah, então vai só a gente
mesmo. – Jazzy deu de ombros.
- Todo mundo pronto às 9:30. –
Os avisei dando às costas. – Cadê minha mãe?
- Deve estar dando banho nas
plantas com a dona Pattie. – Lucca disse e dei risada.
- Que ótimo. – Murmurei.
Subi as escadas e me
direcionei até meu quarto. Não é possível que Jason esteja dormindo ainda. Abri
a porta e no mesmo instante, Justin ia saindo do banheiro. Fiz menção de dar
passos atrás e sair do quarto.
- O quarto é seu também. –
Justin respondeu me olhando. – Fico feliz em ter voltado.
- Não foi o que me pareceu. –
Respondi e olhei para cama.
Jason não estava mais ali.
- Você volta para casa
acompanhada de um macho, quer que eu solte fogos? Aliás, quem é ele? –
Perguntou ainda me olhando.
- Se não tivesse saído como se
não tivesse nos vistos, iria ficar sabendo quem era. – Respondi dando de
ombros.
- Só senti vontade de socá-lo.
Me agradeça por ter saído antes de ter feito isso. – Respondeu com desdém.
- Deixa de ser infantil. –
Revirei os olhos.
- Que merda! – Ele rosnou indo
em direção a cama.
- Que foi? – Perguntei sem
entender.
- Até você revirando os olhos,
eu senti falta. Mas pelo o que me parece, você estava pouco se fudendo para
mim. – Disse pegando o controle da TV e passando os canais, sem parar em
nenhum. – Eu quase morri e você nem fez questão de vim.
- Você quase morreu porque
quis. Não coloque nenhum tipo de culpa em mim. A culpa é toda sua pelo o que
aconteceu. – Disse firme.
- Ok Mellanie, quer colocar
mais alguma culpa em mim? À vontade. – Ele deu de ombros.
- Você sabe do que é culpado,
não vou precisar repetindo.
- Você vai jogar isso na minha
cara pelo resto das nossas vidas? – Ele me perguntou.
- Quem sabe! Eu tenho uma boa
memória, não esqueço das coisas tão fácil.
- Eu já dei o tempo que você
pediu, o que quer mais? – Ele perguntou levantando-se e caminhando até a mim.
Ah não! Droga! Fique longe de
mim, Bieber.
- Eu não quero nada! –
Respondi rápido.
- Vamos! Me diga o que você
quer, caralho. – Ele disse irritado, aproximando-se mais de
mim.
- Fique longe de mim. – Pedi o
olhando.
- Porquê? Porque não quer que
eu chegue perto de você? – Ele provocou, aproximando-se ainda mais.
- Para com isso! – Disse irritada,
saindo de perto dele.
- Assim não dá, Mellanie! Nós
somos casados e estamos agindo como estranhos.
- Não dá mesmo! Toda vez que
eu olho para você, lembro daquela maldita cena. Você acha que é fácil para mim?
Eu vi o homem que eu amo beijando outra! – Esbravejei.
- Você não me ama, Mellanie!
Se me amasse teria me perdoado e teria vindo me ver quando estava à beira da
morte.
- Não venha querer ser a
vítima da história. Por te amar que eu pedi para que se cuidasse. E o que você
fez? Me magoou ainda mais. Se drogou e bebeu tudo o que viu pela frente. Você
ficou louco? – O perguntei com a respiração falha.
Se ele queria pôr tudo em
pratos limpos, essa era a hora.
- Diz isso como se importasse
comigo... – Ele disse debochado. – Você só pensa em você, Mellanie.
- Mentira! Você que é egoísta!
Por acaso pensou na sua família, pensou no Jason enquanto estava usando aquelas
porcarias? – Perguntei irritada.
- Você foi cruel comigo. Ficou
um mês sem me dar notícias, sem nem deixar eu ouvir a sua voz. Que tipo de amor
é esse, Mellanie? – Ele perguntou com rancor.
- Eu também queria saber que
tipo de amor é esse, Justin. – Respondi por fim e ficamos nos olhando.
- Você que abandonou a sua
casa.
- Eu estava salvando nosso
casamento, caramba!
- E por acaso salvou? –
Perguntou irônico. – Você nem quer que eu chegue perto de você.
- As coisas não são tão fáceis
assim. – Respondi.
- Isso está me cansando. – Ele
respondeu e o olhei com a testa franzida.
- Se quiser desistir, a hora é
agora. – As palavras escaparam da minha boca.
Justin me olhou por alguns
segundos.
- Você sabe que eu não sou
homem de desistir e não vai ser agora que vou fazer isso. O que eu quero, eu
consigo. – Ele disse firme ainda com os olhos vidrados em mim. – Prepare-se
para ficar sem andar por alguns dias, depois do nosso sexo de reconciliação.
Fiquei perplexa com a cara de
pau dele, nem deu tempo de xingá-lo e ele já havia saído do quarto.
- Que filho da puta! – Murmurei.
Mais só em ouvir ele falando
aquela palavrinha mágica, meu corpo se acendeu de uma forma inexplicável.
Justin Bieber tem um poder
sobre mim, não dá para negar. E sei que ele usaria isso ao seu favor. O xinguei
mentalmente de todos os nomes possíveis. Que canalha!
O canalha que eu,
infelizmente, amo.
Balancei minha cabeça
negativamente espantando alguns pensamentos e saí do quarto em busca do Jason.
O encontrei em seu quarto, enquanto Jack colocava seu pijama.
- Olia mamãe. É de carrim. –
Ele apontou para sei pijama.
- Que lindo! – Disse. – Está com
fome? – Ele assentiu com a cabeça.
- Ótimo. – O peguei nos braços
e saí do quarto, Jack nos acompanhou.
(...)
Nove e vinte da noite.
Eu estava terminando de me
arrumar em um dos quartos de hóspedes. Achei melhor ficar longe de Justin. Ele
ainda não teve a lição que merece. Seria melhor para minha segurança e sanidade
mental ficar longe dele. Dei uma última olhada no espelho e peguei minha bolsa.
O vestido tomara-que-caia combinava perfeitamente com meu bronze.
Saí do quarto e caminhei pelo
corredor. Bati no quarto da Jazzy, Jaxon e por fim do Lucca.
- Estamos prontos! – Eles disseram
aparecendo no corredor.
- Vamos! – Disse para eles.
- Mellanie! – Ouvi a voz de
Justin.
Ele tinha acabado de chegar no
corredor.
- Esperamos lá em baixo. –
Jazzy disse arrastando Lucca e Jaxon pelos braços.
Justin não perdeu a
oportunidade de fuzilar Lucca com os olhos.
- Estou com pressa. – Disse o
olhando.
- Agora lembrei que você não
me disse quem é esse ser e aquela mulher.
- Lucca, é meu irmão e aquela
mulher, é minha mãe. – Disse simples.
- Conta outra. Sua mãe está
morta. – Ele riu debochado. – E você me contaria se ela estivesse viva.
- Pois é, estou contando
agora.
- Para de palhaçada! Quem são
essas pessoas? – Ele perguntou impaciente. – Têm desconhecidos transitando pela
minha casa.
- Eles não são desconhecidos
para mim. Já disse, é minha mãe e meu irmão.
- Fale sério comigo, Mellanie.
– Disse já se irritando.
Muito esquentadinho para o meu
gosto.
- Eu estou falando muito sério
com você, Justin! – Disse o olhando.
- Eu não acredito. Sua mãe
estava viva e agora que me contou? – Perguntou perplexo.
- Você não se importa consigo
mesmo, imagine comigo. – Dei de ombros.
- Não fala assim! Você sabe
que não é verdade.
- Mais alguma coisa? Estão me
esperando.
- Vai sair? – Ele perguntou e
abri as mãos mostrando o óbvio. – Ok Mellanie, você acabou com a pouca
paciência que eu tinha com você. Amanhã quero você no meu escritório e vamos
discutir a porcaria desse casamento! Se for para acabar, que acabe logo então.
Justin entrou no nosso quarto
e bateu a porta com força. Fiquei parada no corredor assimilando suas palavras.
É, se for para acabar, que
seja logo.
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