Fanfics - Justin Bieber

domingo, 30 de abril de 2017

The Apprentice - Twenty-second chapter

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Kate Beadles’s POV

Estávamos parados em frente ao consultório da psicóloga e eu não conseguia parar de chorar. Eu não queria entrar em uma sala e contar minha vida para uma pessoa desconhecida, só isso. Meu pai e Justin ficavam falando ao meu lado que tudo iria ficar bem, eles não me entendem.

- Vamos, Kate. - Meu pai disse pegando em minha mão.

- Eu não quero. – Solucei.

- É para o seu bem. – Justin disse.

Com muito custo aceitei descer do carro. Meu pai me abraçou de lado me direcionando para a entrada, Justin vinha atrás.

- Bom dia! – Meu pai disse para a recepcionista. – Temos uma consulta marcada com a Júlia.

- Bom dia! Aguardem um pouquinho, ela está atendendo uma paciente. – Ela disse simpática.

- Tudo bem. – Ele respondeu.

Nós sentamos para esperar. Minha perna não parava de balançar e minhas mãos suavam. Eu estava nervosa.

- Vão entrar comigo? – Perguntei olhando para Justin e meu pai.

- Não filha, vai ser só você e a psicóloga.

- Por favor, alguém entra comigo. – Pedi. – Eu vou me sentir mais à vontade.

- A Júlia é uma ótima profissional, bem recomendada por todos. Ela vai te tratar bem. – Meu pai disse.

A porta de sua sala foi aberta, saindo um rapaz, parecia ter a mesma idade que eu. Com um sorriso nos lábios ele se despediu da psicóloga.

- Próximo! – Ela disse.

- Vá filha. – Meu pai sussurrou para mim.

Me levantei sem vontade e caminhei em passos lentos enquanto a psicóloga me esperava na porta. Ela mantinha um sorriso intacto nos lábios, aparentava ter uns trinta anos. Jovem e bonita.

- Bom dia! Entre. – Ela disse ainda sorridente.

Tentei soltar um sorriso, no máximo deve ter aparecido uma careta. Entrei e ela fechou a porta atrás de nós, dei uma olhada em sua sala bem decorada. O que me chamou atenção foi a enorme espreguiçadeira acolchoada.

- Kate Beadles, é isso? – Ela me perguntou sentando-se em sua cadeira de couro e 
apontando para a espreguiçadeira.

- Isso. – Respondi e com receio me deitei.

- Antes de tudo, eu quero que você saiba que eu estou aqui para te ajudar. Preciso que você me conte seus medos para que possamos enfrenta-los. Quero que me conte o que te aflige, o que aconteceu para te deixar com esse semblante de medo. Serei extremamente profissional como sou com todos meus pacientes, o que você me contar, ficará nessa sala. Eu realmente vou dar meu máximo para você ficar bem psicologicamente e por consequência emocionalmente. – Ela disse me olhando no fundo dos olhos.

- Eu... Eu não sei. – Resmunguei receosa.

- Kate, eu entendo o que você está sentindo aí. Você não é a primeira jovem que eu atendo. Eu tenho vários pacientes da sua idade, de início nenhum quis contar nada de suas vidas para mim. Aparentemente eu sou uma desconhecida, eu entendo. Não é fácil expor sua vida e seus problemas para uma pessoa que você nunca viu na vida. Embora envolva uma quantia por consultas, eu me envolvo bastante com meus pacientes. Eu quero vê-los bem e na maioria das vezes nos tornamos amigos. Eu quero ser sua amiga e poder te ajudar, você pode contar para mim o que aconteceu? Quero saber o que te incomoda.

Respirei fundo e a olhei.

- Tudo bem. – Respondi por fim.

- Ótimo. – Ela sorriu. – Que tal você se apresentar para mim? – Assenti com a cabeça.

- Meu nome é Kate Davis Beadles, tenho dezoito anos, sou daqui mesmo de Stratford, mas vivi alguns anos em Nova Iorque, em um convento.

- Hum... – Ela resmungou anotando algo em sua ficha.

- O que gosta de fazer? – Perguntou.

- Gosto de sair com meus amigos, me sinto bem. – Sorri fraco.

- Que bom. E do convento? Você gostava? – Ela perguntou me olhando.

- Na verdade eu nunca quis estar lá. Eu gostava da minha vida aqui, junto dos meus amigos, da minha família. Certo dia meus pais resolveram se mudar para Nova Iorque e me colocaram em um convento, sem nem me perguntar o que eu achava disso. Passei a maior parte da minha adolescência trancada em um lugar onde eu nunca quis estar, sem poder ver o outro lado da rua, pois os muros enormes não me permitiam isso. Foram anos seguindo regras, se as meninas não cumprissem com algo, eram castigadas. Eu não queria isso, então procurava fazer tudo o que mandavam.

- O que era pior no convento?

Senti seu olhar sob mim e eu estava concentrada em olhar para o teto.

- Tinham muitas coisas.... Mais o pior era ver que as meninas recebiam visitas todos os finais de semana, e eu, somente uma vez no mês. Parecia que eu era esquecida pelos meus pais. Eu nunca me senti tão só. – Respondi sentindo meus olhos queimarem.
Respirei fundo prendendo o choro.

- Porque você acha que eles não iam te visitar com mais frequência?

- Eu não sei. – Pisquei várias vezes. – Meus pais trabalham muito, talvez eles não tivessem tempo para ir me ver. – Ri fraco.

- Você guarda algum rancor? – Ela me perguntou e fiquei calada. – Não é bom guardar, 
porque faz mal a você mesma.

- Eu acho que minha mãe não gosta de mim, ela que colocou isso na cabeça do meu pai. Eu queria entender o porquê...

- Pode ser o contrário Kate. Pode ser que ela seja super protetora e quis te privar de algumas coisas.

- Me privar de ser feliz? – Perguntei irônica. – Há uma semana que eu descobri que ela é bipolar. Eu tento não guardar mágoa dela mais não consigo. Eu sei que ela é doente, mas...

- Bipolaridade é um problema que as pessoas têm uma enorme oscilação de humor. Você pode estar muito bem agora e minutos depois pode estar muito irritada. Pode durar meses ou anos, dependendo do tratamento. Pode ser que a sua mãe estava em uma fase horrível da bipolaridade e tomou essa decisão precipitada.

- Meu pai disse que sim... – A interrompi.

- Então? Não é totalmente culpa dela. – Ela disse. – Você já conversou com ela sobre isso?

- Não. Ela voltou com os transtornos e depois do que aconteceu comigo, não quis vê-la.

- O que aconteceu com você? Pode me contar?

- Faziam alguns dias que ela vinha me tratando muito mal e implicava com tudo o que eu fazia. Então semana passada, eu fui para a faculdade. Só que no meio da aula, eu senti muita dor de cabeça e resolvi ir para casa. Eu fiquei o resto da tarde no meu quarto com dor, então ela entrou no meu quarto e foi extremamente arrogante comigo e a mandei sair do meu quarto.

- Vocês discutiram feio?

- Sim e ela ameaçou de me mandar para o convento de novo quando a chamei de louca.

- Continue...

- Quando eu saí do meu quarto, encontrei ela discutindo com meu pai na cozinha. O motivo era eu. Ela disparou mais coisas e eu não aguentei e saí de casa. Eu só queria ficar sozinha, sem ouvir seus gritos pela casa. Estava frio e eu andava sozinha na rua, caminhei até o Starbucks e pedi um café. Enquanto o café não chegava, olhei para as pessoas ali e notei que alguém me olhava. – Engoli à seco.

- Quem estava olhando para você?

- Era... – Minha voz ficou tremula e minhas mão rapidamente começaram a suar.

- Era? – Ela deu um incentivo e comecei a me sentir mal, com vontade de chorar.

- Eu não consigo... – Sussurrei.

- Me diga, Kate. Quem estava olhando para você no Starbucks? – Ela perguntou.

Um flashback passou na minha cabeça, do momento que vi Paul sentado até ele me arrastando para o beco.

- Eu não consigo! – Me levantei desesperada e chorando caminhando até a porta.

- Kate! Calma! – Ela disse vindo atrás de mim e abri a porta, saindo logo dali.

As lágrimas embaçavam a minha visão, vi Justin e corri para seus braços. Sem entender ele me abraçou forte.

- O que houve? – Ouvi meu pai perguntar.

- Está tudo bem. – Júlia disse. – Ela foi bem para a primeira consulta.

- Calma, baby. – Justin sussurrou em meu ouvido.

- Está bom por hoje. – Júlia respondeu. – Fique bem, querida. Nós vamos conseguir, espero você depois de amanhã. – Ela disse alisando meu ombro, enquanto eu ainda estava abraçada ao Justin.

Onde eu verdadeiramente me sentia segura.

(...)

Já faziam alguns minutos que chegamos do consultório. Já havia tomado banho e Justin estava se arrumando para irmos almoçar. Ele saiu do closet espetando seu topete e sorri fraco.

- Está bonito assim. – Respondi.

Ele me olhou e sorriu.

- Eu sou bonito. – Piscou para mim e sentou-se do meu lado. – Estou orgulhoso de você. – Levou sua mão até meu rosto e fez carinho em minha bochecha com seu polegar.

- Eu não queria ter saído daquele jeito... – Tentei me explicar.

- Está tudo bem, ok? – Ele me disse e assenti com a cabeça. – Será que a senhorita pode aceitar jantar comigo?

- Onde? – Perguntei.

- Isso é segredo. – Ele respondeu.

- Vai me levar ao Mc Donalds?

Justin deu risada.

- Não. Quem sabe depois. Vem. – Esticou a mão para eu pegar.

Ele levantou-se primeiro e segurei em sua mão. Justin me puxou com força fazendo nossos corpos se chocar e sua outra mão foi para minha nuca.

- Justin... – Sussurrei devido ao susto.

- Me beija. – Ele disse com os olhos vidrados nos meus.

Olhei para seus lábios que estavam tão convidativos e eu não resisti. Selei nossos lábios em um beijo demorado e lento. Eu sentia algo tão bom quando nos beijávamos. Parecia que toda vez que nossos lábios se tocavam, surgiam borboletas em meu estômago e elas voavam em desordem em mim. E essa sensação nunca sumia.

- Você não imagina o que eu quero fazer com você agora... – Justin disse após separar 
nossos lábios.

Mordi meu lábio, nervosa.

- Crianças? Desçam para almoçar. – Ouvimos Pattie falar no corredor.

Me afastei do Justin com a respiração alterada.

- Melhor irmos almoçar. – Respondi.

Justin riu e abriu a porta. Ele sabe o que causa em mim. Descemos, Pattie e Jeremy já estavam sentados à mesa.

- Macarronada? Hum... – Justin disse lambendo os lábios.

- Especialidade da casa. – Pattie disse.

- Quando eu conheci a sua mãe, ela já fazia isso. – Jeremy respondeu. – Aliás, eu só casei por causa disso.

Nós rimos.

- Sínico. – Pattie respondeu.

Nos servimos e começamos a comer. Estava uma delícia. Depois do almoço, Justin foi para a faculdade. Eu não estava preparada para ir ainda, não ia me sentir confortável com aqueles olhares de pena em cima de mim. Com certeza todos devem saber o que aconteceu.

Fiquei à tarde toda assistindo alguma coisa na TV, tentei o máximo ficar acordada, pois tinha medo de ter pesadelos durante o dia, como sempre tenho à noite.

Cinco, seis, sete horas da noite e Justin não havia chegado da faculdade. Eu estava uma pilha de nervos com medo de ter acontecido algo com ele. Nem as minhas ligações ele não atendia, já estava pronta para sair do quarto e ir procurar Pattie para saber do Justin, quando a porta é aberta e o mesmo entra no quarto.

- Meu Deus! Onde você estava? – Perguntei indo abraçá-lo. – Eu te liguei várias vezes.

- Desculpa. Fiquei sem bateria. – Ele beijou meus lábios. – Suas mãos estão geladas.

- Eu estava nervosa. Você some do nada. – Confessei.

Já pensava no pior.

- Eu estava resolvendo algumas coisas. – Ele respondeu. – Que tal ir tomar banho para o nosso jantar?

- Acho que fiquei até sem fome com esse nervoso. – Respondi e ele riu.

- Vá, Kate!

Tomei um belo de um banho e saí enrolada no roupão.

- O que eu visto? – Perguntei a Justin.

- Algo que se sinta bem. – Ele respondeu. – Apesar de que eu prefiro você sem roupa.

- Não começa. – Pedi envergonhada.

- O que você vestir está bom. Vou tomar banho.

Assenti com a cabeça e fiquei olhando as peças de roupa. Não eram muitas as que tinham aqui. Encontrei um vestidinho floral, o analisei mais um pouco e decidi que seria ele mesmo. O vesti, calcei uma sapatilha, penteei meus cabelos e fui tentar me maquiar. Fiz tudo isso e Justin ainda estava no banheiro, me sentei na cama e fiquei mexendo no celular.

- Wow! Você está linda. – Justin me elogiou, enquanto enxugava o cabelo em uma toalha.

- Obrigada. – Respondi sorrindo.

- Já volto. – Ele disse indo para o closet.

Esperei Justin se arrumar e secar o cabelo ainda. E eu que pensava que as mulheres que eram vaidosas.

- Vamos! – Ele disse pegando a chave do carro.

Me levantei e ele pegou na minha mão, saímos do quarto e encontramos Pattie e Jeremy na sala.

- Já vamos, mãe. – Justin disse.

- Cuidado e juízo vocês dois. – Ela respondeu.

- Juízo é o que mais temos. – Justin respondeu e ri fraco.

- Divirtam-se. – Jeremy disse.

Dei tchau para eles e saímos de casa. Entramos no carro e Justin deu partida.

- Sua mãe sabe para onde vamos? – Perguntei.

- Sabe. – Ele respondeu.

- E porque não me conta?

- Porque é surpresa.

- Poxa. – Resmunguei.

Justin foi cantarolando durante todo o caminho, que aliás, eu nunca tinha passado na minha vida. Isso estava me assustando um pouco, pois já estávamos em uma estrada de terra, onde nos dois lados só tinham árvores.

- Está com medo? – Justin me perguntou.

- O que você acha? – Perguntei de volta.

- Estou vendo que sim. Está quase rasgando suas coxas do tanto que está apertando. – Ele disse e eu nem notei que estava fazendo isso mesmo.

- Onde estamos?

- Você vai já ver. – Ele respondeu.

Cinco minutos depois, chegamos ao nosso destino. Que para a minha alegria estava bem iluminado e não me parecia tão aterrorizante assim.

- Se eu falasse que vínhamos para a cabana você não aceitaria, então... – Ele disse estacionando em frente à mesma.

A casa era uma gracinha. Bem iluminada ao redor e perto havia um lago. A lua estava refletindo nele.

- Que lindo. – Murmurei.

- Vem. – Ele disse saindo do carro.

Saí também e logo segurei em sua mão. Subimos os poucos degraus de madeira da casa e Justin tirou uma chave do bolso, abrindo a porta em seguida. Entramos e ele a trancou. Esfreguei as mãos pois estava um pouco frio lá fora. Olhei em volta e estava uma decoração linda.

- Nossa... – Disse boquiaberta.

- Gostou? – Ele me perguntou.

- É uma bela casa. – Comentei.

- Vamos comer? Estou faminto. – Me puxou pelo braço em direção, ao que eu deduzi, a cozinha.

Fiquei impressionada quando vi uma mesa repleta de comida.

- Quem fez? – O perguntei.

- Eu. – Ele respondeu e arqueei as sobrancelhas.

- Mentira né?

Ele deu risada.

- É, não fui eu quem fez. Mais o que vale é a intenção. – Ele deu de ombros e ri.

- Exatamente. – Respondi.

Justin puxou a cadeira para eu sentar, sorri como forma de agradecimento. Ele sentou à minha frente.

- É muita comida só para nós dois. – Disse.

- Você vai precisar comer bastante hoje. – Ele disse me olhando e preferi ficar calada.

Começamos a comer enquanto Justin me contava histórias engraçadas. Me engasguei várias vezes por causa dele.

- Deve ser lindo esse lago de dia. – Disse.

- Amanhã você vê.

- Vamos voltar aqui amanhã? – Perguntei.

- Nós vamos dormir aqui. – Ele respondeu simples.

- Não é melhor irmos dormir na sua casa?

- Fica tranquila, não vai acontecer nada. Relaxa. – Ele disse acariciando minha mão, sorri fraco em resposta. – Terminou?

- Sim, estou cheia.

- Ok. Vamos, tem algo para você no quarto. – Levantou-se.

- Para mim? – Perguntei curiosa. – O que é?

- Se você ficar aí sentada não vai saber o que é. – Ele respondeu.

Me levantei rapidamente, Justin pegou em minha mão e me guiou pela casa. Chegamos em frente à uma porta.

- Abra! – Ele disse me olhando.

- Não tem nenhum bicho aí dentro né? – Perguntei e ele riu.

- Não, Kate. – Justin respondeu.

Segurei no trinco e girei, abrindo a porta devagar. Olhei para dentro do quarto e fiquei boquiaberta. Estava iluminado apenas com velas, muitas pétalas de rosas vermelhas estavam jogadas no chão, assim como na colcha branca da cama. E em cima da mesma, um urso gigante que logo senti vontade de apertá-lo.

- Meu Deus! – Sussurrei com os olhos vidrados em tudo.

Entrei e fiquei com dó de pisar nas pétalas. Justin riu atrás de mim e fechou a porta.

- Você gostou? – Ele me perguntou.

- Não precisava disso. – Respondi. – Olha o tamanho desse urso! – Coloquei as mãos na 
boca.

Eu estava parecendo uma criança quando ganhava presente. Mas eu realmente estava encantada com tudo.

- É para você. – Justin respondeu.

- Ahhh, não acredito. – Disse indo abraçar o urso.

Ele era grandão e muito fofo.

- Ele é tão lindo. – Respondi sorrindo e Justin ria de mim.

- Fui trocado por uma pelúcia? – Ele perguntou e larguei do urso.

- Não. – Ri. – Para que tudo isso? – Perguntei indo até ele.

- É... – Justin coçou a cabeça. – Caramba!

Olhei para ele confusa.

- Eu nunca fiz isso na vida... – Ele sussurrou.

- Fez o quê? – Perguntei.

Justin segurou em minhas mãos e notei que estavam um pouco suadas.

- Kate... – Ele disse olhando em meus olhos. – Acho que estou um pouco nervoso. – Riu fraco. – Eu não sei como te falar isso, é complicado para mim.

- Falar o quê? – Perguntei preocupada.

Será que ele não queria mais nada comigo? Por isso que fez tudo isso para que eu me sentisse menos mal? Ah não.

- Você não quer mais nada comigo? – Perguntei com medo da resposta.

- O quê? – Ele perguntou confuso. – Não é nada disso.

- Então me fala. – Pedi.

- Eu não sou muito bom com palavras mais eu quero que você me ouça até o final. – Ele disse e assenti com a cabeça. – Quando a Caitlin me pediu para que eu tirasse sua virgindade, eu não sabia da proporção que isso ia tomar. Era para ser só mais uma transa para mim, mas algo estranho aconteceu. Te ver tão vulnerável em meus braços quando eu te fazia minha, despertou o desconhecido em mim. Outro Justin que eu nem sabia que existia, surgiu. Eu ficava cada vez mais fascinado em você nas nossas transas. Adoro quando você fica envergonhada, pois eu gosto de ver suas bochechas vermelhas. Você foi a única que fez eu me sentir diferente. Nunca passou pela minha cabeça fazer isso para garota nenhuma, e olha isso? Eu fiz! Era para ser só mais uma transa e eu acabei me envolvendo demais. Eu não sei o que é isso mais eu sinto vontade de ficar vinte e quatro horas perto de você.

Quem estava ficando nervosa eu era, eu ouvindo sair tudo aquilo da boca do Justin. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados e minhas pernas bambas.

- Meu pai me disse uma vez que não podíamos perder a oportunidade de ser feliz. A minha felicidade está bem aqui na minha frente e eu não vou deixar escapar. – Justin soltou minhas mãos e enfiou a mão no bolso da sua calça, trazendo uma caixa aveludada. Estremeci quando ele a abriu. – Baby, você aceita ser minha namorada? 


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Continua?
Obrigada por todos os comentários!

Jamais despreze uma pessoa deprimida. A depressão é o último estágio da dor humana. É a fase exata onde a alma dói de verdade.
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terça-feira, 18 de abril de 2017

Dangerous Life 3° - Capítulo 10 - The come back

249 comentários | |


Justin Bieber’s POV
Quando acordei, não consegui distinguir onde eu estava. Tudo estava meio embaçado para mim. Um gosto amargo horrível na minha boca predominava. Foram precisos alguns minutos para que eu pudesse enxergar normalmente e notar que eu tinha feito merda, pois uma agulha estava enfiada no meu braço ligada à um tubinho de soro. Eu estava em um quarto de Hospital e com toda certeza eu tinha feito merda, e das grandes.
Me sentia muito enjoado, queria vomitar, porém sentia que não tinha nada no meu estômago para tal ato. Levantei meu braço e pareceu que foram longos segundos, estava meio chapado. Estava tudo em câmera lenta para mim. Tentei me levantar, mas não consegui.
A porta foi aberta e por ela passou um homem e uma mulher vestidos de branco, com certeza devem ser médicos.
- Que bom que nosso paciente acordou. - O homem disse.
Ele deve ter falado normalmente, porém chegou até os meus ouvidos como se ele estivesse falando pausadamente. Que merda de droga é essa? Com certeza não é das boas.
- Talvez você esteja estranhando, esteja sentindo uma lerdeza no corpo e nos sentidos. Mas fique tranquilo, é só um medicamento para desintoxicar seu corpo. - Ele continuou a falar.
- O que… aconteceu? - Consegui formular uma frase.
- Você sofreu uma overdose. - A médica respondeu e demorei um pouco para entender. - Nós já fizemos uma lavagem gástrica e intestinal, por isso que você está no soro. E agora estamos aplicando um coquetel de medicamentos para você ficar limpo de vez.
Puta que pariu, eu sabia que tinha feito merda.
- Eu sei que você mal acordou, porém vamos aplicar outra dose do coquetel. - O médico disse dessa vez pegando no meu braço.
Cacete, eu odeio agulhas! Não tive força nem de puxar meu braço, ele enfiou a agulha no mesmo e liberou aquele líquido na minha corrente sanguínea. Aos poucos fui me sentindo mais lesado ainda, minhas pálpebras pesaram e as fechei.
(...)
Despertei com a mesma sensação de enjoo, mais a tontura já havia passado. Consegui ver tudo nítido à minha frente. Fiquei longos minutos encarando o nada, até que entraram no quarto. Era minha mãe e meu pai, ambos com uma expressão nada boa.
- Finalmente, filho! Você quase nos mata do coração. – Minha mãe disse, exagerada.
- Você é imbecil ou o quê? Isso é coisa que se faça Justin? – Meu pai esbravejou.
Fechei os olhos, sua voz ecoou como se uma facada tivesse atingido minha cabeça.
- Calma Jeremy, deixa o garoto se recuperar pelo menos. – Minha mãe continuou, me olhando com pena.
Bufei. Detesto esse sentimento chamado pena. Não quero que sintam pena de mim.
- Eu estou bem. – Respondi.
- Depois de ter colocado um pé na cova, agora está mesmo. – Meu pai disse irônico.
- Não preciso de sermões. – Revirei os olhos.
- Pois prepare os ouvidos, porque é o que vai mais ouvir quando sair daqui. Eu fali para você crescer, virar homem, e o que acontece? Você regride e faz uma merda dessa. – Ele continuou aumentando minha dor de cabeça.
- Jeremy, já chega! – Minha mãe interferiu.
- Fez bem a Mellanie não ter vindo, porque se fosse eu no lugar dela, eu não iria me submeter à uma situação dessas. – Ele disse com raiva e saiu do quarto, batendo a porta.
Minha mãe entortou os lábios e me olhou.
- Ela não veio? – Perguntei desapontado.
Eu quase morri, porque ela não veio?
- Não, Justin, ela não veio. – Ela respondeu e fechei os olhos com força.
- PORQUÊ DIABOS ELA NÃO VEIO? EU QUASE MORRI E ELA NÃO VEIO ME VER? – Explodi.
- Talvez ela não queria te ver naquela situação deplorável. – Minha mãe disse.
- Que se foda, eu não quero saber. Ela deveria ter vindo!
Depois de tudo o que passamos, ela ainda ousou a me dar as costas. Não era ela que dizia me amar? Filha da puta!
- As coisas não são como você quer. – Minha mãe respondeu.
- Quer saber? Se ela quiser, pode ficar por lá mesmo. – Revirei os olhos.
- Tem certeza? – Minha mãe perguntou arqueando as sobrancelhas.
- Ela tá sacaneando com a minha cara, mãe. – Respondi.
- Você mereceu Justin, e eu espero que quando ela volte, você faça por merecer para que ela queira ficar do seu lado. – Ela disse e fiquei calado. – Vou sair, os garotos estão aí fora e querem ver você.
- Quando vou sair daqui? Eu odeio Hospitais. – Resmunguei.
- Ainda não sabemos. Só vão te liberar quando você estiver completamente desintoxicado. – Ela respondeu. – Amanhã eu volto aqui.
- Que saco. – Murmurei.
- Vai começando a criar juízo. – Ela disse e saiu.
Agora vou ter que ficar ouvindo besteira até não aguentar mais. Minha mãe saiu do quarto e logo entraram os garotos fazendo algazarra.
- Iai cuzão, pensei que tu tivesse passado dessa para uma pior. – Christian disse.
- Não seria uma melhor? – Chaz perguntou.
- Desde quando o Justin vai para o céu quando morrer? – Christian fez graça e rimos.
- Otário. – Respondi.
- Agora falando sério cara, que vacilo que tu deu. – Ryan disse.
- Nem comecem com lições de moral, Jeremy já encheu meu saco. – Revirei os olhos.
- É porque às vezes parece que só tem vento nessa cabeça. – Chaz respondeu.
- Antes de pensar em fazer uma besteira dessa, assina logo o testamento e deixa a metade dos carros para mim. Depois pode se matar, se quiser. – Christian disse e nós rimos.
- Vai se fuder. Vocês não vão ficar com nada meu. – Rebati.
- Brincadeiras à parte, é bom te ver bem cuzão! – Ryan disse dando tapinhas na minha perna.
Sorri fraco.
Os garotos ficaram me fazendo companhia até umas oito da noite, depois foram embora quando chegou a enfermeira chata me servindo uma lavagem de porco para comer e mais uma dosagem de remédios.
Lá se vai mais uma noite nessa droga de Hospital.
(...)
No dia seguinte, eu já estava ficando impaciente de ficar naquela porcaria com uma agulha enfiada no meu braço. Tentei arrancar mais a o médico chegou bem no mesmo instante para dar a última dose.
- Será que eu posso ir para casa? – Perguntei bufando.
- Calma rapaz, essa é a última dose, vamos ver como seu corpo reage e depois podemos dar a alta. – Ele respondeu.
Mais uma vez ele aplicou a injeção e me senti lesado. Três dias sob efeito de remédios, ninguém merece.
Dormi o resto da tarde por causa do remédio e no início da noite meus pais foram me visitar. Jeremy tinha se acalmado e não estava com tanta vontade de me matar.
- Você vai receber alta hoje! – Minha mãe disse.
Pelo menos uma notícia agradável.
- Que bom, não estava mais aguentando ficar aqui. – Respondi.
- Fique ciente que se você começar a se drogar de novo e beber feito um louco, eu deixo você agonizando no chão. – Jeremy disse firme.
Sabia que ele não estava brincando. Ele sabe ser ruim quando quer.
- É sério Justin, você não pode brincar com saúde. Dinheiro compra tudo, menos a sua saúde. – Foi a vez da minha mãe.
- Eu já entendi. – Respondi sem paciência.
- Ótimo. – Ela respondeu.
Ouvimos batidas da porta e em seguida adentrou o médico acompanhado da enfermeira.
- Boa noite! – O médico disse sorridente.
Claro, deve estar ganhando uma nota preta para me atender e ficar de bico calado.
- Boa noite! – Meus pais responderam.
- Vamos ver a ficha desse rapaz... – O velho disse. Ele deve achar que sou um adolescente, está me tratando como um. -  Overdose, uma grande quantidade de drogas e bebidas ingeridas... – Ele começou a ler a ficha e revirei os olhos. – Você teve muita sorte, pois na maioria dos casos os pacientes ficam com sequelas ou até mesmo vão a óbito. É importante que você procure uma clínica de reabilitação, você pode ter uma recaída e ocasionar outra overdose, podendo não resistir.
- Eu não sou um viciado. – Rebati irritado.
- É Doutor, foi apenas um deslize. – Minha mãe disse.
- Tudo bem, só estou fazendo as recomendações adequadas. Aliás, você tem que ficar longe de qualquer bebida alcóolica ou droga por um bom tempo. – Ele continuou.
- Um bom tempo quanto? – Perguntei.
Jeremy me olhou com cara feia. Caramba, ficar sem usar droga até que dá, mais sem beber nada? Não fode.
- O ideal seria um mês. – O médico disse.
Jura que vou ficar esse tempo todo sem beber. Não questionei e ele ainda continuou falando as recomendações.
- Posso ir agora? – Perguntei impaciente.
O médico acenou a cabeça para a enfermeira que veio tirar a agulha de mim.
- Cadê minhas roupas?
- Eu trouxe limpas. – Minha mãe disse me entregando uma bolsa.
- Ótimo. Será que podem sair do quarto?
- Rápido. – Meu pai disse e saiu, junto com minha mãe, o médico e a enfermeira.
Me sentei na cama e senti uma leve tontura. Coloquei meus pés no chão e notei que estava fraco. Peguei as roupas e caminhei em passos lentos até o banheiro que havia no quarto, tirei aquele vestido horrível do Hospital e vesti minhas roupas. Banho eu tomo em casa, só quero sair logo daqui. Me olhei no espelho e notei meu estado deplorável. Um papel estava menos pálido que eu. Saí do quarto e meus pais estavam me esperando.
- Pronto? – Perguntei.
- Podemos ir. – Minha mãe respondeu passando o braço em volta de mim.
Jeremy estava tão puto comigo que caminhava à frente. Agradeci a Deus mentalmente quando saímos daquele maldito Hospital, fui no banco de trás do carro e meu pai dirigindo com a dona Pattie na frente. Encostei minha cabeça no banco e fiquei pensando na merda da minha vida. Já não estava boa e eu conseguia piorar ainda mais.
Chegamos à mansão, desci do carro e caminhei em passos lentos até a escadaria. Minha mãe me ajudou a subir, o efeito dos remédios não havia passado ainda.
- Está com fome? – Ela me perguntou.
- Sim, não consegui comer aquela comida sem gosto do Hospital. – Respondi.
- Vou pedir para a Rose preparar alguma coisa. – Ela disse indo para a cozinha.
Jeremy aproximou-se de mim e já esperava mais sermões.
- Eu já fui jovem como você Justin, já fiz muitas besteiras como você já fez. Mas quando a Patrícia engravidou de você, eu segurei as pontas e percebi que eu tinha uma responsabilidade grande, que era cuidar de você e da sua mãe. Eu tinha uma família e precisava agir como um homem de verdade. Você já tem uma, tem um carinha que depende muito de você, depende da criação que você e a Mellanie vai dá-lo, então pela última vez, vire um homem! – Ele disse e fiquei calado, ele deu às costas para mim, porém voltou a me olhar. – Lembre-se, você é meu filho e eu só quero o seu bem, como sempre quis.
Por fim, ele foi para a cozinha. As palavras do meu pai me acertaram em cheio. Eu não podia esquecer que tinha o Jason para criar. Posso não ser o melhor exemplo de pai, mas quero dar o meu melhor. Fiquei com aquelas palavras na minha cabeça e fui em direção às escadas, subi os degraus lentamente e cheguei ao corredor.
- Justin!!! – Ouvi a voz da Jazmyn ecoar pelo mesmo.
- Oi Jazzy! – Respondi e quando vi, ela já estava agarrada em mim.
- Eu pensei que você ia morrer. – Ela disse chorosa. – Seu idiota, não faz mais isso, tá ouvindo? – Ela me olhou brava e ri fraco.
- Infelizmente você vai ter que me aturar por bastante tempo. – Disse e beijei sua testa. – Agora me larga vai, preciso ir tomar um banho.
- Vai mesmo que tá precisando. – Ela disse me soltando.
- Engraçadinha. – Baguncei seus cabelos e ela reclamou. – Quando a comida estiver pronta, manda me avisar.
- Beleza. – Ela disse e continuou seu percurso em direção à escada.
Cheguei até meu quarto e entrei. A primeira coisa que vinha em minha mente era a Mellanie. Que droga!
Que saudades que eu estou da minha vadia! Porque ela tinha que ser assim? Eu pensei que não existia uma pessoa mais orgulhosa que eu, porém isso mudou quando conheci a Mellanie. Com certeza ela é a definição para a palavra orgulho.
Passei direto para o banheiro, me despi e tomei um longo banho. Tirei a barba – alguns pelos – para melhorar a cara de defunto. Me enrolei em uma toalha e fui para o closet, vesti uma cueca qualquer, uma calça de moletom e uma camiseta. Me deitei na cama e fiquei encarando o teto. Encarei meu celular em cima do criado-mudo e o peguei, iria ligar para a Mellanie, só que estava sem bateria. Bufei, fui procurar o carregador e deixei carregando.
Ouvi batidas na porta, com certeza era a Jazzy avisando que a comida estava pronta. Me levantei devagar e fui até a porta, girando o trinco.
- Que rápido. – Disse abrindo a porta.
- Papai!
Eu nem acreditei quando vi Jason à minha frente no colo da Lilly. Pisquei algumas vezes, podia ser efeito do remédio ainda. Mas não, era muito real.
- Papai! – Ele disse de novo estendendo os braços para mim.
- Meu campeão. – Disse o pegando e o abraçando forte, senti medo até de quebrá-lo.
Senti seus braços frágeis rodeando meu pescoço e me apertando. Recarreguei todas as minhas energias em apenas um abraço.
- Que surpresa boa! – Disse o olhando. – Você está bronzeado em cara. – Fiz cócegas nele que riu.
- Ele estava com muitas saudades de você. E é até melhor ele aqui para ver se você coloca o pé no chão. – Lilly disse me olhando.
- Quem o trouxe? – Perguntei.
Será que a Mellanie veio também?
- Eu fui buscá-lo. – Ela respondeu.
- E a Mellanie não veio porquê?
- Porque não acabou o mês ué. – Ela deu de ombros.
- Ela está pouco se fu... – iniciei e notei que o Jason estava nos meus braços, o olhei e ele deu um sorrisinho. – Não está nem aí para mim, se fosse outra teria vindo me ver quando estava no Hospital.
- Não é bem assim Justin. Eu nem deveria falar isso para você, mas ela ficou super mal quando soube o que aconteceu e ficou muito puta com você. – Ela disse.
- Ficou mal e não voltou. – Rebati.
- Olha, o mês está quase acabando, daqui a pouco ela está aqui e vocês vão poder se acertar. Aproveita esse tempo com o Jason e curte o seu filho, babaca. – Ela disse acariciando os fios loiros do Jason.
- Eu sei, eu sei. – Disse por fim. – Obrigada por ter ido buscá-lo.
- Não precisa agradecer. Eu fiz isso por ele. – Ela respondeu não querendo dar o braço a torcer.
- Ah claro. – Respondi. – Vamos jantar?
- Vamos! Estão nos esperando. Os garotos estão aí. – Ela disse caminhando.
A acompanhei levando Jason nos braços. Eu nem acreditava ainda que meu pequeno estava comigo. Dei vários beijos nele até chegarmos à cozinha, onde tomaram ele de mim.
Jason trouxe um pouco de alegria que estava faltando nessa casa, porém continua incompleta. O sentei no meu colo e no meio do jantar, ele dormiu sentado. Coitado, deve ser o fuso horário. Me retirei da mesa e o levei para meu quarto. O deitei na cama e me deitei ao seu lado, fiquei o observando dormir por bastante tempo.
Mellanie podia não estar aqui, mais tinha um pedacinho dela aqui comigo.
Mellanie Bieber’s POV
Jason mal tinha ido para Los Angeles e eu já estava com saudades do meu pinguinho de gente. Tive tempo de mostrá-lo para minha mãe e meu pai que ficaram encantados com meu pequeno. Quem em sã consciência não gostaria do Jason? Ele é apaixonante.
Aparentemente, meus pais estavam tentando recuperar o tempo perdido. E eu ficava extremamente feliz, finalmente as coisas estavam indo para seu devido lugar. Soube que meu pai nunca se casou depois da minha mãe, porém teve um filho com outra mulher. E hoje eu iria conhecê-lo. Ganhei pais e de brinde veio um irmão, se eu estava animada? Claro.
Marcamos um almoço para nos conhecer e já estávamos de saída. Para mim ainda parecia surreal, eu via minha mãe e meu pai ao meu lado mais não conseguia acreditar. Às vezes me pegava apertando minha mãe para saber se ela era real mesmo. Para ter a certeza que ela estava mesmo comigo, depois de tanta coisa ruim que passei.
- Qual a idade dele? – Perguntei atenta à estrada.
- Dezenove. – Ele respondeu e o olhei arqueando as sobrancelhas.
- Como assim? Não foi depois da minha mãe sumir?
- Não, você era pequena quando soube que tinha outra mulher grávida de mim. – Ele disse.
- Você era bem danadinho, em. – Disse e ele riu.
- Ela me deu um golpe. – Ele se defendeu.
- Que mentira. – Minha mãe disse indignada.
Eles foram tendo uma mini DR até chegarmos ao restaurante.
- Mais você sabe que eu sempre te amei. – Meu pai disse para ela quando descemos do carro.
Os olhei e meu coração apertou. Que saudades do Justin!
- Eu sei. – Ela respondeu e ele a abraçou de lado.
Sorri para os dois e entramos no estabelecimento. Um garçom nos guiou até uma mesa mais reservada.
- Cadê ele? – Perguntei.
- Deve estar chegando. Ele não gosta muito de cumprir com os horários. – Meu pai respondeu.
- Acho que isso ele deve ter puxado de mim. – Respondi e ele riu.
- Estou tão feliz por ter vocês aqui. – Ele disse pegando na minha mão e na da minha mãe.
- Eu que estou, três dias atrás eu era órfã de pai e mãe. Eu tenho uma família agora. – Sorri.
- E a família do seu marido? – Meu pai perguntou. – Aliás, eu quero conhecê-lo.
- Ah, não é a mesma coisa sabe. Você vai conhecê-lo. – Disse.
Só a minha mãe sabia da traição. Não quero sujar a imagem do Justin logo de cara com o meu pai.
- Que bom. – Ele disse por fim.
Apesar das suas brincadeiras, notei que ele era bem severo. Acho que a profissão dele exige bastante isso.
- Desculpem o atraso. – Uma voz soou do nosso lado.
Ergui a cabeça e dei de cara com um rapaz alto, um físico legal, cabelos castanhos e olhos claros. Não chegavam a ser azuis como os nossos, porém eram claros.
- Como sempre né, Lucca. – Meu pai disse para o rapaz.
Lucca, esse é o nome do meu irmão.
- Sabe como é o trânsito, né pai. – Ele disse sacana.
Me identifiquei com esse garoto.
- Essa é a Madison e sua irmã, Mellanie. – Meu pai disse nos apresentando.
- Olá, prazer em conhecê-las. – Ele disse curvando-se para nós.
- Deixa de palhaçada, garoto. – Meu pai disse revirando os olhos.
Dei gargalhada.
- Ah pai. – Ele resmungou.
- Já gostei de você. – Respondi o olhando e ele piscou para mim.
- Alguém nessa família que gosta de mim. – Ele disse dramático. – Que tal a gente se abraçar? Irmãos devem fazer isso... – Coçou a cabeça.
- Certeza que o Lucca tem problemas mentais. – Ouvi meu pai sussurrar para a minha mãe e dei risada me levantando.
- Meu pai depositou toda a beleza só em você. – Lucca disse me abraçando e ri.
- Você não é de se jogar fora. – Disse e ele riu.
- Vai ser legal ter você como irmã. – Ele respondeu. – Eu sou mais velho? – Perguntou confuso.
- Não mesmo. Eu sou, você vai ter que obedecer a mim. – Disse me sentando.
- Disso eu já não gostei. – Ele respondeu. – Olá Madison, você é a gata do meu pai?
Demos risada.
- Lucca, mais respeito! – Meu pai disse e ele riu.
- Oh, quer dizer que não pareço tão velha assim. – Minha mãe respondeu.
- Ela é bem bonita, pai. – Lucca disse sentando-se do meu lado. – Confesso que você estava precisando mesmo. – Deu alguns tapinhas no braço do meu pai.
- Obrigada, querido. – Minha mãe disse.
- Podemos pedir? – Perguntei.
- Sim. – Meu pai respondeu.
Chamamos o garçom e fizemos nosso pedido. Aproveitamos para contar o resumo de tudo para o Lucca, quer dizer, o que ele precisa saber sobre mim. Que eu moro em outro país, tenho uma família e reencontrei meus pais agora.
- E você? Faz o quê da vida? – O perguntei.
- Até agora nada, terminei o ensino médio e viajei. – Lucca respondeu.
- Ele estava fazendo um intercambio agora. Faz um mês que voltou da Europa. – Meu pai respondeu.
- Que legal. – Disse. – Não pensa em fazer faculdade?
- Claro que ele vai fazer. – Meu pai respondeu e Lucca revirou os olhos.
- Acho que não tenho muita escolha. – Ele respondeu.
- Eu acho que você deve fazer mesmo, eu não fiz porque não tive oportunidade. – Respondi.
- Está vendo, Lucca? – Meu pai indagou o olhando.
- Já entendi, pai. – Ele resmungou. – Quando você vai voltar para Los Angeles?
- Daqui a uma semana. – Respondi. – Quando vai começar a faculdade?
- Próximo mês vamos fazer a matrícula. – Meu pai respondeu.
- Você podia ir passar alguns dias comigo em Los Angeles. Sabe falar inglês? – Perguntei.
- Ele sabe, não paguei curso para ele atoa. – Ele continuou.
- É, eu sei. – Lucca disse. – Eu ia para Nova Iorque, mas com esse convite, vou optar por Califórnia mesmo. – Sorriu.
- Que bom! Você vai gostar de lá. – Respondi.
- Vão me deixar sozinho de novo? Não posso sair do trabalho agora. – Meu pai disse.
- Vai ser só uma semana, querido. Depois estou de volta. – Minha mãe disse segurando a sua mão, eles sorriram.
Não são lindos? Olhei para Lucca e sorrimos um para o outro.
- Curte balada? – Lucca me perguntou. – A gente podia ir em algumas antes de você ir embora. Sei onde fica as melhores.
- Lucca! – Meu pai o advertiu.
- Tem certeza que você não é filho mesmo da minha mãe? – O perguntei e ele riu.
- Eu acho que sim. – Ele respondeu.
- Falando em mãe, e a sua? – Perguntei.
- Eu não tenho mais contato com ela. Era uma drogada e me abandonou com meu pai. – Ele respondeu sem demonstrar nada.
Parecia ser um assunto que nem o machucava, saber que praticamente não tinha mãe. Meu pai com certeza soube assumir esse cargo de mãe também. Apesar de Lucca ter suas brincadeiras, ele sabia ser sério e era bem educado. Isso é bom, caso contrário, ele não pisaria nem na minha casa.
- Olha só, você ganhou uma. – Disse apontando para a minha mãe que sorriu de volta.
- Isso vai ser legal, irmãzinha. – Ele disse piscando e ri.
- Gostaria de lembrar que você é o caçula daqui. – Cortei seu barato e meus pais riram.
Uma semana depois...
Finalmente o mês no Brasil acabou e eu já estava voltando para casa com minha mãe, Lucca e Hugh que iria de Los Angeles para Moscou.
Lucca era praticamente meu grude, nosso santo bateu mesmo. Ele era uma criançona e me fazia rir a maior parte do tempo. Eu estava uma pilha de nervos, depois de um mês iria ver o Justin e matar as saudades do Jason.
O jatinho aterrissou, descemos e já haviam seguranças nos esperando. Minha mãe e Lucca ficaram de boca aberta.
- Por acaso seu marido é presidente dos Estados Unidos? Para que tanto segurança? – Lucca perguntou abismado e dei risada.
- Quase. – Respondi e ele me olhou confuso. – Estou brincando, bobinho.
- Isso não é exagero? – Minha mãe perguntou.
- Se fosse o Justin que tivesse mandando, aí sim você iria ver o exagero. – Disse enquanto colocavam nossas malas nos carros.
- Já estou curioso para conhecer meu cunhado. – Lucca comentou e sorri fraco.
Entramos em uma BMW e o motorista me cumprimentou formalmente. Minha mãe e Lucca se entre olharam.
- Tem certeza que você não é a mulher do presidente? – Lucca perguntou me fazendo rir.
Minha mãe já sabia de tudo, porém não podia expor tudo para Lucca. Não é o momento certo.
- Tenho. – Respondi. – Hugh, vai ficar conosco até quando?
- Só vou almoçar e ir para casa. Estão me esperando lá. – Ele respondeu.
- Tudo bem. – Disse.
O carro começou a entrar em movimento. A cada quilômetro rodado meu coração batia mais forte e minhas mãos suavam. Que merda é essa? Só vou ver o Justin.
É, eu vou vê-lo depois de tudo o que aconteceu.
O carro atravessou os portões da mansão e não conseguia nem ligar para os elogios da minha mãe e do Lucca, estava nervosa demais para prestar atenção no que eles estavam falando. Demorei alguns segundos para sair do carro e quando saí, fiquei parada encarando a enorme porta.
- O que foi? – Lucca me perguntou. – Você está pálida, mais que o normal.
Ri fraco.
- Está tudo bem. – Disse. – Vamos.
- Estou louco para conhecer a sua humilde residência. – Ele disse me abraçando de lado.
Minha mãe e Hugh nos acompanharam. Toquei a campainha e Lucca continuou abraçado comigo.
É, estou de volta Justin Bieber. 
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