Fanfics - Justin Bieber

domingo, 26 de novembro de 2017

Dangerous Life 3° - Capítulo 15 - No baby

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Fiquei calada absorvendo o que a Lilly tinha acabado de me dizer. A minha amiga mais putona, tinha acabado de dizer que estava grávida, caramba!

- Mel? Tá aí? – Ela perguntou aflita e balancei a cabeça negativamente saindo do transe.

- Lilly, pode repetir o que você disse? – Perguntei.

- Caralho Mellanie, eu estou grávida. – Ela disse e notei sua voz chorosa.

- Você não está tirando com a minha cara né?

- Acha mesmo que eu ia brincar com uma coisa dessas? Eu não sei o que fazer. – Ela gritou no celular.

- Como assim? Você deveria estar feliz! Você vai ter um bebê e eu vou ser titia. – Disse sorrindo já imaginando a Lilly com barrigão.

- QUÊ? TÁ LOUCA? – Ela berrou. – Um bebê vai ferrar com a minha vida. – Ouvi seu soluço.

Franzi a testa e cheguei à conclusão que aquela conversa não poderia acontecer por celular.

- Onde você está? – Perguntei subindo as escadas.

- Estou em casa. Porque?

- Cadê o Ryan? – Cheguei ao meu quarto e peguei a primeira chave de carro que eu vi na minha frente.

- Ele foi para o galpão.

- Você o contou? – Saí do meu quarto e caminhei apressada pelo corredor, desci as escadas e fui até o quintal, a procura do Jason.

- Claro que não.

- Ok, não saia daí que eu estou chegando. – Disse e desliguei a chamada.

Porque a Lilly está tão transtornada com a gravidez? Tudo bem que eu também fiquei um pouco quando soube que estava grávida do cara que havia me estuprado, porém, o bebê não tinha culpa de nada.

- Jason? – O chamei e vi cinco cachorros correndo ensaboados pelo quintal.

Os pit bulls estavam enormes e apesar da raça, eles eram dóceis e adoravam o Jason. Logo, Jazzy, Jaxon e Lucca apareceram correndo com coleiras atrás dos cachorros, e bem depois, Jason correndo atrás deles. Dei risada da cena.

- Eu vou ter que sair agora, olhem o Jason! – Disse alto para eles ouvirem.

- Pode deixar! Está tudo sob controle. – Lucca disse.

- Só não deixem os cachorros entrar dentro de casa. A Pattie fica uma fera. – Os avisei.

- Tá bom! – Jazzy gritou alcançando uma cachorra.

Enquanto isso, Jason corria rindo para lá e para cá. Deixei eles se divertindo e fui para a garagem, a chave era da minha Ferrari preta. Entrei na mesma, manobrei e saí da garagem. Os portões foram abertos e ganhei estrada, pisei fundo até chegar à mansão do Ryan.

Parei o carro no portão e baixei o vidro para que me reconhecessem e liberassem a passagem.

- Bom dia Sra. Bieber. – Disse um dos seguranças.

- Bom dia! – Respondi e passei pelo portão.

Estacionei minha Ferrari bem à frente da entrada e saí. Entrei sem apertar campainha porque eu sou de casa.

- A senhora Lilly está lhe esperando no quarto. – Uma das empregadas disse.

- Ok! – Respondi e subi as escadas.

Por que esses garotos fizeram mansões com escadas enormes? Quando você chega lá em cima, parece que correu uma maratona. Saí abrindo porta em porta porque eu não sabia qual era o quarto e não tive a inteligência de perguntar a empregada. Finalmente encontrei o quarto e já vi Lilly deitada na cama em posição fetal.

- Porquê está assim? – Perguntei fechando à porta do quarto e ela assustou-se, sentando na cama.

A olhei e parecia que ela estava chorando fazia algumas horas.

- Ainda me pergunta o porquê? – Ela perguntou e levantou-se, foi até o banheiro e trouxe algo em suas mãos e jogou em cima da cama. – Esse é o porquê!

Eram cinco testes de gravidez, olhei e todos deram positivo.

- Mais Lilly, eu ainda não entendo! É um bebê que você está gerando, não um monstro. Tem noção de como o Ryan vai ficar feliz quando souber disso? – Perguntei me sentando na cama e ela fez o mesmo.

- Mellanie, isso era tudo o que eu menos queria. Como eu fui burra, como eu deixei isso acontecer? – Ela se lamentou, voltando a chorar.

- Às vezes os métodos anticoncepcionais falham. Acontece, Lilly. Eu também não quis engravidar do Jason tão cedo, mas aconteceu.

Ela me olhou e passou as costas das mãos no rosto, limpando as lágrimas.

- Você teve a opção de abortar, porque era um estupro, porque não fez isso? – Ela me perguntou.

- Essa opção nunca passou pela minha cabeça, porque além do Jason ser filho do Justin, ele também era meu! Um bebê não é um brinquedo que você pode simplesmente jogar fora se não quiser mais, é uma vida. – Disse a olhando.

- E a minha vida? Como fica? – Ela disse me olhando fixamente. – Eu vou ter que cuidar de uma criança...

- Cuidar do seu bebê e do Ryan. É fruto do amor de vocês. – Respondi. – Você contou a Caitlin?

- Ainda não. Eu liguei logo para ti. – Ela respondeu.

- Eu vou chamar ela aqui, porque eu não estou gostando nada do rumo dessa conversa. – Disse sincera e peguei meu celular.

Lilly ficou calada e voltou a se jogar na cama. Liguei para a Caitlin e ela atendeu depois de alguns toques.

- Caitlin?

- Oi amor da minha vida! – Ela respondeu animada e ri fraco.

- Vem aqui para a casa do Ryan, urgente!

- Nossa, aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou preocupada.

- Vai acontecer se você não vier. – Disse.

- Estou indo! – Ela disse e desligou.

Olhei para a Lilly que estava choramingando. Parecia que o mundo estava acabando para ela.

- Você gosta tanto de crianças.... Você adora o Jason, Lilly. – Disse a olhando.

- Mas é diferente, ele é seu. Eu não tenho a responsabilidade que você tem. – Ela respondeu.

Passei as mãos no rosto e respirei fundo. Eu sei bem o que ela estava pensando em fazer, porém ainda tinha esperança de estar enganada. Fiquei calada até que a Caitlin chegasse, apenas ouvindo os soluços da Lilly.

Nunca a vi chorar tanto na vida.

- Chegueeei! – Caitlin disse adentrando o quarto.

Ela olhou para mim e depois para a Lilly.

- Aconteceu alguma coisa com o Ryan? Porque está chorando? – Ela perguntou indo até a Lilly e a abraçando, mesmo sem nem saber o que tinha acontecido.

- Não aconteceu nada com o Ryan, Caitlin! Conta a novidade para ela, Lilly. – Respondi.
Lilly só chorou e Caitlin viu os testes em cima da cama.

- Você está grávida? – Caitlin perguntou pegando os testes e olhando. – Ai meu Deus! Vou ser titia! – Ela surtou de felicidade, muito diferente da Lilly que chorava sem parar.

- Não Caitlin, você não vai. – Respondi me levantando da cama.

- Porquê não? – Ela me perguntou confusa.

- Conta para ela também, Lilly, que você está pensando em aborto! – Esbravejei irritada.

- Eu não disse isso! – Lilly disse.

- Mas pensou! – Rebati.

- Que droga! – Lilly disse com raiva. – Eu não quero essa coisa, satisfeita?

Pela primeira vez, senti vontade de enfiar a mão na cara da minha melhor amiga. Como ela tinha coragem de se referir à um bebê assim?

- O quê? Porque está dizendo isso, Lilly? – Caitlin a perguntou.

- Porque ela é uma egoísta, é por isso. – Respondi cruzando os braços, porque coçando a minha mão já estava para dar um tapa na Lilly para que talvez, ela pudesse voltar a realidade.

- Eu sou egoísta só porque não quero essa... criança? – Ela perguntou.

- Lilly, você está recebendo um presente tão lindo e quer jogá-lo fora como se não fosse nada? – Caitlin a perguntou.

- Mas eu estou no primeiro mês e... – Lilly começou.

- MAS JÁ BATE A PORRA DE UM CORAÇÃO AÍ DENTRO, ENTENDEU? – Gritei com muita raiva.

- A DECISÃO É MINHA SE EU QUERO OU NÃO TER ESSE BEBÊ! – Lilly gritou de volta.

- Nada disso! – Caitlin disse. – Foi bom fazer né? Agora arque com as consequências. Você não tem esse direito, Lilly.

- Vocês não me entendem! – Lilly disse sentando-se na beirada da cama.

- Você vai mesmo tirar essa vida? – Perguntei à Lilly sem acreditar.

- Não vai fazer muita diferença. – Ela respondeu e riu sem humor.

- Eu não acredito no que eu estou ouvindo. – Caitlin disse perplexa.

- Pois então engravidem vocês! – Lilly disse.

- No seu lugar eu me comportaria como mulher e estava feliz saltitante por aí, porque estava grávida. – Caitlin respondeu.

- Não importa, eu vou em alguma clínica e faço o aborto! Não contem ao Ryan. – Lilly disse.

- Vai lá, assassina! – Disse debochada.

- Não muito diferente de você! – Lilly rebateu.

- Pelo menos os que eu mandei para o saco, eram pessoas que não prestavam, que já haviam feito mal para outras pessoas, não um bebê, que não tem culpa de a mãe ser tão filha da puta à ponto de pensar só nela! – Respondi a olhando fixamente.

- Não me julgue por isso, Mellanie! – Lilly disse.

- Foda-se, Lilly. – Disse. – Vai com ela nessa droga de clínica Caitlin, para ter a certeza que depois que matarem o bebê, ela não morrer também.

Saí do quarto batendo à porta. Eu não ia conseguir mais ficar ali ouvindo tamanha besteira. Eu só conseguia pensar no Jason, se naquele tempo eu tivesse pensamentos como os da Lilly, talvez não existisse Jason hoje. Talvez a minha vida não faria sentindo, como faz hoje sendo mãe do Jason. Ele é a minha vida!

Entrei no meu carro, dei à volta no jardim, abriram o portão e fui para casa. Eu precisava colocar minha cabeça no lugar. Estacionei meu carro na garagem e entrei em casa, assim que cheguei à sala, Jason vinha correndo atrás do cachorro, que aliás, estava sujando o piso todo.

- Meu Deus! – Exclamei.

- Segurem ele! – Jaxon disse com a coleira na mão.

- A Pattie vai matar vocês. – Disse.

- Esse é o último. – Jazzy disse.

- Mandem limpar logo. Vem amor, vamos tomar banho. – Disse pegando o Jason nos braços.

- Ah não mamãe! – Ele disse emburrado, cruzando os braços.

Como alguém pode rejeitar uma criança? Ah Lilly...

- O almoço irá sair daqui à pouco. – Ouvi Rose avisar.

- Oh, vamos ficar limpinho para almoçar. – Disse subindo às escadas com ele nos braços.

- Quelo banhela. – Jason disse.

- Sim senhor! – Disse beijando suas bochechas que estavam rosadinhas de tanto correr pelo quintal, atrás dos cachorros.

Chegamos ao seu quarto e levei o porquinho direto para o banheiro. Coloquei a banheira para encher e fui tirando suas roupas sujas de grama, shampoo dos cachorros e suor.

- Bolinha mamãe. – Ele disse batendo na água.

Logo entendi que ele queria espuma. Além de tudo, é exigente.

- Ah claro, isso não pode faltar. – Disse pegando uns sais e jogando na banheira, logo começou a fazer espuma e Jason continuou balançando as mãozinhas na banheira, todo feliz.

Desliguei a água e o coloquei dentro da banheira. Peguei alguns brinquedos e dei para ele brincar.

- Amor, amanhã você vai para a escolinha, conhecer novos amiguinhos... – Disse ensaboando seu cabelo.

- Vou blincar também, né mamãe? – Ele perguntou brincando com um barquinho.

- Sim, vai brincar muitoooo. – O coloquei de pé para ensaboar seu corpo. – Bebê, você ficaria feliz se a titia Lilly desse um amiguinho para você?

- A titia vai me dar um miguinho? – Ele perguntou.

- Você ia poder brincar muito com ele. – Disse e suspirei.

É uma pena, Lilly.

- Com o auau. – Ele disse e sorri fraco.

- Vocês iam ser bons amiguinhos...

Eu não conseguia parar de pensar nas palavras da Lilly. Foram tão frias... Não era a minha amiga ali.

Terminei de dar banho no Jason e ele nem queria sair da banheira. O enrolei em seu roupão do homem-aranha e fui até o seu closet, deixei que ele escolhesse sua roupinha. Ele só pegou a primeira coisa que viu à sua frente. Vai ser prático que nem a mamãe aqui. O arrumei e descemos para almoçar. Os garotos estavam subindo naquele momento para tomar um belo banho.

- Quer que eu espere vocês? – Perguntei.

- Seria uma boa. – Lucca disse. – Onde está a sua mãe?

- Foi fazer umas compras com a Pattie, talvez almocem por lá.

- Ah ok! Já voltamos! – Ele respondeu e fui para a sala com o Jason.

Liguei à TV para focar minha atenção em outra coisa e parar de ficar pensando na Lilly. Ela já era uma mulher e sabia o que fazer da vida dela, certo? Nada certo. Ela ia fazer uma grande merda!

Balancei minha cabeça negativamente e fiquei passando os canais, até parar em um de desenhos animados e Jason pediu para deixar lá. Meu celular começou a tocar, o peguei no bolso e vi que era o Justin.

- Oi. – Disse ao atender.

- Vou almoçar fora com os caras. – Ele disse e eu tinha quase certeza que ele estava dirigindo.

- Tudo bem. – Respondi.

Justin ficou alguns segundos calados que até pensei que ele tinha desligado na minha cara.

- Aconteceu alguma coisa? – Ele me perguntou.

- Não. – Disse.

- Sei! – Ele disse desconfiado. – Vou chegar tarde em casa.

- Tá bom.

- E quando eu chegar, a gente vai ter uma conversa. – Ele disse seguro das suas palavras.

- Beijos! – Disse e desliguei.

Não queria descontar minha raiva da Lilly, no Justin. Mas se ela aparecesse aqui, eu ia socar ela até a mesma criar juízo. Fiquei viajando em pensamentos até os garotos descerem para almoçarmos.

- Onde está o Jeremy? – Perguntei enquanto nos servíamos.

- Ele foi jogar golfe com alguns amigos. – Jazzy disse.

- O típico programa de caras ricos. – Lucca respondeu e eles riram.

- Meu típico programa é beber uma cervejinha na beira da piscina. – Jaxon disse.

- Faz tempo que não fazemos uma festa na piscina. – Jazzy disse.

- E vai fazer mais tempo ainda. – Disse cortando o barato deles.

Só de imaginar aqueles adolescentes ficando bem loucos em volta daquela piscina, já sinto dor de cabeça.

- Estão liberados para sair em festinha na casa de amigos mais aqui não. – Disse dando comida ao Jason.

- Porquê? – Jaxon perguntou.

- Adolescente bêbado é confusão na certa e não queremos atrair mais olhares para a gente, não é mesmo? – Disse os olhando.

- Ah claro. – Jazzy respondeu.

- É foda mesmo ser filhos de pessoas bem-sucedidas. – Lucca disse.

Jazzy e Jaxon se entreolharam e concordaram com a cabeça. Lucca ainda não sabia de toda a verdade, mas não daria para esconder por muito tempo. Meu pai que com certeza, não poderia saber.

Terminamos de almoçar e fui para o meu quarto com o Jason. O deixei assistindo e fui tomar banho, estava precisando relaxar. Não demorei muito no banho e vesti uma roupa confortável. Peguei meu celular e me deitei ao lado do Jason na cama. Fiquei conversando com o Hugh por alguns minutos e recebi mensagem do meu pai elogiando o Jason, devido à foto que mandei mais cedo.

Jason subiu em cima de mim e ficou conversando sozinho. Crianças tem essa mania estranha e engraçada de conversar com elas mesmas. Fiquei acariciando seus fios caramelizados e tempo depois o percebi quieto, ele havia dormido. Pouco tempo após, adormeci também.

Acordei por volta das três da tarde com o Jason reclamando de fome. Quando chegamos à cozinha, Jazzy, Jaxon e Lucca já estavam atacando a geladeira.

- O que estão fazendo? – Perguntei os assustando.

- Ai Jesus! – Jazzy colocou a mão no coração.

- Vamos fazer sanduiche. – Lucca disse colocando algumas coisas em cima do balcão.

- Eu tento fazer essa criança comer coisas saudáveis, mas vocês não colaboram né! – Disse.

- Sentem aí, vamos fazer uns sanduiches deliciosos. – Jazzy respondeu.

- Se apressem, tem alguém impaciente aqui. – Disse apontando para o Jason que já queria meter a mão nas coisas.

Ficamos jogando conversa fora enquanto eles bagunçavam a cozinha. Lanchamos e fomos para a sala assistir TV. Ouvi um carro estacionar em frente à porta, segundos depois, Pattie e minha mãe passaram pela porta carregadas de sacolas.

- Wow! Nem me chamaram. – Jazzy reclamou.

- Na próxima você vai, querida. – Pattie disse.

- Compraram os materiais do Jason? – Perguntei.

- Sim, está tudo aqui. – Minha mãe respondeu.

- Ótimo, deixem no quarto dele, depois a Jack vai arrumar.

Elas subiram as escadas com as coisas tagarelando sobre o dia no shopping. Pelo visto, já são bem amigas.

- Mellanie? Quando é seu aniversário? – Jazzy me perguntou.

- Infelizmente, mês que vem. – Respondi.

- Ué, porque infelizmente? – Lucca perguntou.

- Quem gosta de ficar velha? – Perguntei e eles riram. – Ninguém gosta.

- Mas você está novinha ainda. – Jaxon disse.

- Ainda bem né. – Respondi.

- Vai ter festão? – Lucca perguntou.

- Não sei.

- Com certeza vai. Você sabe quem a sua irmã é? Ela é... – Jazzy começou a falar e Jaxon pigarreou. – Foda demais.

- Eu sei disso. – Lucca riu. – Uma pena que já vou estar no Brasil.

- Qualquer coisa, você dá uma fugidinha para cá, cara. – Jaxon disse.

- Se meu pai deixar... – Lucca disse.

- Daqui para lá, eu convenço ele. – Respondi.

- Não sei, ele é bem severo e eu vou estar fazendo faculdade.

- Ah meu filho, você precisa ver o anjo que a Mellanie se transforma quando quer algo. Coitado do meu irmão, sempre cai nesse rostinho angelical... – Jaxon disse e gargalhei.

- Nem tanto, Jaxon. – Disse. – Cadê a Stefane? Não a vi mais.

- Ela estava viajando, mas volta hoje. – Jaxon disse.

- A gente podia ir ao cinema. – Jazzy sugeriu.

- Tem uns filmes bons em cartaz. – Lucca respondeu.

- Combinado então!  - Jaxon disse.

Uma hora depois, Jeremy chegou em casa.

- Eai moçada! – Ele disse sentando-se no sofá, logo depois dando um grande suspiro. – É a idade. – Rimos. – Cadê o abraço do vovô? – Ele perguntou abrindo os braços, Jason desceu do sofá e correu para o avô. – Ah, que abraço gostoso!

- Como foi o jogo? – Jaxon o perguntou.

- Ótimo! Mas da próxima vez vou levar meu amuleto da sorte. – Ele disse bagunçando os cabelos do Jason que riu.

E a paz reinou na mansão até à noite. Jantamos sem o Justin, talvez ele vá chegar tarde mesmo hoje. Os garotos foram para o cinema, minha mãe e Pattie estavam conversando na sala e Jeremy foi descansar.

- Vou colocar o Jason na cama. – Disse me levantando com ele nos braços, ele estava quase dormindo.

- Quer ajuda? – Minha mãe perguntou.

- Não, está tudo bem. – Sorri. – Boa noite.

- Boa noite! – Elas responderam.

Levei Jason para o seu quarto, o deitei e liguei o abajur. Dei um beijo no meu anjinho e fui para o meu quarto. Fui para o banheiro e dessa vez, liguei a banheira. Deixei encher, me despi e entrei. Fechei os olhos e fiquei pensando em várias coisas, entre elas, de hoje mais cedo na mansão do Ryan. Da Lilly sendo tão egoísta...

Eu tentava não pensar, mas era impossível. Eu me importava tanto com ela.

De banho tomado, fui até meu closet, peguei uma calcinha e procurei uma blusa do Justin. Seu perfume estava impregnado no tecido. Peguei um hidratante e passei no meu corpo, vendo os minutos passar tão devagar, queria que esse dia acabasse logo. Me deitei na cama e liguei à TV, coloquei em um canal qualquer e fiquei assistindo. Era documentários de animais, ótimo!

Peguei meu celular e tinha algumas mensagens da Caitlin. Com certeza era sobre a Lilly, então preferi não abrir. Já havia me irritado bastante por hoje. A porta foi aberta, era o Justin. O olhei e estava bem nítido o seu cansaço, só espero que ele deite e durma.

- Só vou tomar um banho. – Ele disse colocando celular, arma, chave do carro e carteira em cima do criado mudo e depois marchou para o banheiro.

Minutos depois, Justin saiu de banho tomado e foi para o closet. Voltou de lá, com uma 
cueca boxer e caminhou até a cama.

- O quê que tá pegando? – Ele me deu um selinho molhado e jogou-se do meu lado.

- Não é nada. – Respondi.

- Está mentindo. – Ele disse me olhando e olhei para a TV.

- Sei que está cansado, melhor ir dormir. – Mudei de assunto.

- Cansado é pouco, eu tô cansado pra caralho, mas eu quero saber o que você tem. – Ele disse paciente me fitando.

- Só estou triste. – Respondi e o olhei, ele me olhava com a testa franzida.

- E você tem algum motivo para estar triste? – Ele me perguntou.

- Tenho.

- Quer me dizer qual é?

- Na verdade eu estou triste e muito puta por causa disso.

- Você estar puta com alguma coisa é normal, agora triste é novidade para mim. – Ele respondeu.

- Porque isso é triste, Justin!

- Amor, tem como parar de enrolar? Daqui a pouco eu deixo você falando sozinha, meus 
olhos estão pesando. – Justin bocejou.

- Então vai dormir.

- Tá bom, se você conseguir dormir com isso te atormentando... – Ele disse e deu às costas.

Ele me conhecia, filho da mãe.

- A Lilly está grávida! – Disse rápido e Justin virou-se me olhando.

- A Lilly? Cacete! E eu que pensei que aquele filhote de cruz-credo não ia engravidar tão cedo. – Ele deu risada e depois cessou o riso. – Ué, e você está triste por isso?

- É porque ela não quer o bebê.

- Como assim não quer? Depois que faz não tem devolução não. – Ele respondeu irônico.

- Ela simplesmente não quer, Justin!

- Mas ela não pode fazer nada, o bebê já está lá crescendo. – Justin deu de ombros.

- Ela disse que vai abortar. – Disse e Justin arregalou os olhos.

- O Ryan sabe disso? – Ele me perguntou.

- Não, ele não sabe de nada ainda.

- O que a Lilly tem na cabeça? O Ryan ia soltar fogos se soubesse que ia ser pai.

- Eu sei que ia. – Suspirei. – Eu não acredito que ela vai fazer isso...

- Vocês são amigas, não conversou com ela?

- Eu conversei, mas ouvindo ela chamar o bebê dela de “coisa”, a raiva me subiu à cabeça e mandei logo um foda-se.

Justin olhou para o teto e coçou o queixo.

- É complicado, amor. – Ele disse. – Acho que vocês têm que conversar com calma, talvez ela mude de ideia. Ela gosta tanto do Jason, qual a dificuldade de gostar de um bebê dela?

- Eu gostaria de saber a resposta da sua pergunta. – Bufei. – Quando eu descobri que estava grávida de você, eu nem pensei mais em mim, só pensava no bebê que estava crescendo aqui dentro. Eu amei o Jason logo nas primeiras semanas, porque ela não pode amar também? – Olhei para o Justin que ainda encarava o teto.

- Talvez ela só esteja apavorada com essa ideia de ser mãe, exige mais responsabilidade. Tem que criar, educar uma criança e ainda viver como a gente vive. – Justin respondeu. – O Ryan não iria deixar ela abortar.

- Eu conheço a Lilly, foda-se se o Ryan deixasse ou não...

- Então se a conhece tão bem, você acha que ela faria isso mesmo? – Ele me perguntou.

- Depois do que ela me disse hoje, eu não sei. – Suspirei.

- Vem cá! – Ele abriu os braços me convidando para o seu peito.

Me aconcheguei ali e ele acariciou meus cabelos.

- Eu estou com medo por ela. Medo dela fazer alguma besteira... – Confessei – E se alguma coisa der errado nessa merda de aborto?

- Você sabia que baratas conseguem sobreviver à uma bomba nuclear? Ela vai tirar isso de letra. – Ele disse rindo.

- Amor! – O repreendi.

- Foi só para descontrair. Mas, tenta uma última conversa com ela. Ser mãe não é um bicho de sete cabeças, é?

- Não é.

- Então? Conversa com ela amanhã.

- Tudo bem, eu vou fazer isso.

- Ótimo. – Ele beijou minha testa.

- Obrigada. – Disse e ele me olhou.

- Por?

- Por estar quase dormindo de olhos abertos e ainda ter me dado ouvidos. – Respondi e ele fechou os olhos, rindo.

- Te amo. – Ele sussurrou.

- Eu também te amo. – O selei.

Minutinhos depois, Justin parou de mexer em meus cabelos e vi que ele tinha dormido para valer. Quando ele está muito cansado, ele tem a mania de roncar e era isso que ele estava fazendo agora. Era tolerável. 












domingo, 19 de novembro de 2017

The Apprentice - Twenty-sixth chapter

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Olhei para a minha mãe e suas palavras pareceram ser sinceras. Seus olhos estavam marejados e ela estava esperando eu me pronunciar.

- Então me promete uma coisa. – Disse a olhando.

- O que você quiser. – Ela disse limpando as lágrimas que haviam caído.

- Promete que vai retomar o tratamento. Você mesma está sentindo na pele como é ficar sem ele. Vai te fazer bem! – Respondi.

- Eu posso ficar bem sem eles, eu... – Minha mãe começou a falar.

- Lauren, não negue para si mesma, você precisa dos remédios até estabilizar o transtorno e continuaremos com as consultas, assim, tudo ficará bem. – A Dra. Júlia disse.

Minha mãe ficou em silêncio por alguns segundos e ficamos esperando a sua resposta.

- Tudo bem. – Ela quebrou o silêncio. – Eu vou procurar meu psiquiatra.

- Que ótimo! – Dra. Júlia sorriu. – É o melhor para você.

- Você não disse se me perdoava. – Minha mãe disse olhando para mim.

- Está tudo bem, mãe. Não há castigo pior do que lidar com o que você está lidando. – 
Respondi e ela ficou calada.

Há o perdão, porém a mágoa sempre fica.

Dra. Júlia ainda me fez algumas perguntas, sobre como eu me sentia e como eu estava tentando lidar com isso. Era complicado, a sensação de estar sendo vigiada ou perseguida ainda estava em mim.

(...)

- Vou deixar você em casa e tenho que ir na empresa. – Meu pai disse enquanto estávamos parados no sinal.

Minha mãe já tinha ido para a empresa depois da consulta.

- Ok. – Respondi.

- Como foi na consulta? – Ele perguntou curioso. – Vi que sua mãe entrou na sala também.

- Ela vai procurar o psiquiatra.

- Vai? Que bom que a convenceram. – Ele disse aliviado.

- Sabe de uma coisa, pai? – O indaguei.

- De quê? – Ele perguntou de volta e o sinal abriu.

- Você ama muito a minha mãe para ter aguentado tudo isso por anos. – Respondi e ele sorriu fraco.

- É, eu a amo muito e por isso não desisti dela. Um dia vai ficar tudo bem. – Ele respondeu e sorri torto.

Minutos depois, chegamos à nossa casa. Dei tchau para meu pai e desci do carro. Entrei em casa e por receio passei a chave na porta e fui para meu quarto. Sem Justin e sem nada para fazer, peguei meu celular e fui olhar minhas redes sociais.

Caitlin havia acabado de postar uma foto com os garotos no intervalo. Sorri curtindo a foto e comentando que estava com saudades. Não vejo a hora de voltar a faculdade e seguir com a minha vida normal.

Uma semana depois...

Aparentemente estava tudo bem aqui em casa. Minha mãe iria voltar a tomar os medicamentos hoje e o psiquiatra a aconselhou a diminuir a carga horária de trabalho para evitar o estresse, então minha mãe resolveu aprimorar sua culinária com a Carla, a empregada.

Desde que vim para casa, só falei com o Justin pelo celular e confesso que estava com saudades de vê-lo.

Hoje é segunda, e o lado bom disso é que vou finalmente para a faculdade rever meus amigos, como era antes. A ansiedade era tão grande que eu já estava arrumando a mochila com meus materiais e escolhendo a roupa que iria usar.

- O almoço está pronto. – Ouvi minha mãe gritar no corredor.

- Estou indo. – Respondi e saí do meu quarto.

Cheguei à cozinha e Carla estava ajudando minha mãe a colocar a mesa.

- Cadê meu pai? – Perguntei.

- Está chegando. Ele vai te levar na faculdade. – Minha mãe respondeu.

- A Caitlin pode fazer isso. – Disse.

- Eu sei querida, mas ele quer ir na sua faculdade. – Ela respondeu e a olhei desconfiada.

- Fazer? – Perguntei sentando.

- Conversar com a direção sobre o ocorrido...

- Não precisa disso. Quanto mais abafar isso, melhor para mim.

- Você sabe como as pessoas são cruéis, é melhor que você seja respeitada na faculdade. – Ela disse e fiquei calada.

Minutos depois ouvimos o barulho do carro do meu pai e logo ele passou pela porta da sala, desacochando a gravata.

- Que cheiro bom! – Ele disse sentando do meu lado.

- Levanta! – Minha mãe disse.

- Para quê? – Ele perguntou desentendido.

- Vai lavar as mãos. – Ela disse mandona.

Ele revirou os olhos e levantou-se indo para a pia.

- Animada para voltar a faculdade? – Meu pai perguntou após lavar as mãos e voltando a sentar do meu lado.

- Sim, é chato ficar em casa sem fazer nada. – Disse.

- Quando você começar a trabalhar, vai ver como é bom ficar em casa sem fazer nada. – Meu pai disse.

- Espero não ter que trabalhar tanto.

Começamos a almoçar, conversa vai e conversa vem, terminei meu almoço logo e fui para o meu quarto, tomar um banho para ir à faculdade. Saí do banho enrolada na toalha e meu celular começou a tocar, era a Caitlin.

- Alô? – Disse ao atender.

- Vou passar aí no mesmo horário de sempre. – Ela respondeu animada. – Nem acredito que você vai voltar.

- Meu pai vai me levar hoje. – Respondi.

- Sério? Porquê? Cortou meu barato.

- Ele quer ir conversar com alguém da direção da faculdade. – Disse.

- Ah, entendo. Tá bom então, nos vemos lá. Beijinhos gatinha.

- Beijossss! – Desliguei.

Peguei a roupa que eu já havia separado e a vesti. Não era nada diferente, apenas um jeans um pouco rasgado, uma camiseta preta e vans. Penteei meus cabelos para o lado, passei uma maquiagem leve para disfarçar a cara de morta. Coloquei minha mochila no ombro e peguei meu celular em cima da cama, por fim, saindo do meu quarto.

- Estou pronta! – Disse andando no corredor.

Cheguei à sala e me sentei no sofá, esperando meu pai.

- Boa aula! – Carla disse aparecendo na sala.

- Obrigada! – Respondi sorrindo. – Como você vai? – Puxei assunto enquanto meu pai não aparecia.

- Eu vou bem, querida e você? Senti saudades de você tomando café da manhã e conversando comigo. – Ela respondeu e sorri fraco.

- Vou bem também. Vamos ter muito o que conversar agora todas as manhãs. – Disse e ela riu.

- Kate? – Ouvi meu pai chamar.

- Já estou aqui. – Disse.

- Ah, aí está você. – Ele disse pegando sua maleta. – Vamos?

- Claro. – Sorri me levantando. – Tchau Carla!

- Tchau menina. – Ela disse acenando.

Saí de casa com meu pai e entramos em seu carro. Confesso que estava um pouco nervosa em ter que voltar para a faculdade, eu sei que vou ter que encarar aqueles olhares piedosos em cima de mim. A Dra. Júlia já me alertou como tenho que lidar com isso, na teoria é fácil, na prática que não é tanto.

- O que você vai conversar com a direção? – Perguntei.

- Só algumas coisas, você não precisa se preocupar com isso. – Ele respondeu concentrado na estrada.

- Não precisa ir lá, só vai dar a aparência de que eu sou a coitadinha. – Bufei.

- Kate, o que aconteceu com você foi sério. E eu sei muito bem como esses adolescentes podem ser cruéis, eu não vou tolerar se alguém mexer com você por causa do ocorrido. – Ele disse sério.

- Pai, ninguém vai mexer comigo, sério.

- Mais por via das dúvidas, eu vou lá. – Ele disse por fim.

Não deu para convencê-lo.

Chegamos à faculdade, meu pai estacionou e desci jogando a mochila nas costas. Assim que pus meus pés dentro da faculdade, já senti as pessoas me olharem. Meu pai notou e me abraçou de lado, tentando transpassar que estava tudo bem. Eu sei que ia ter que me acostumar com isso. Respirei fundo e criei uma barreira em volta de mim, não os encarei e os ignorei.

- Você vai direto nesse corredor e tem a sala da direção. – Disse para o meu pai.

- Tudo bem. Quer que eu te leve a sua sala? – Ele perguntou.

- Claro que não, pai. Eu estou bem. – Disse.

- Está bom. Boa aula, eu venho buscá-la mais tarde. – Ele disse beijando minha testa.

- Não precisa, vou de carona com a Caitlin. – Respondi.

- Está bem. – Ele disse e segui o meu caminho.

Sabe a barreira que criei em volta de mim como autoproteção? Não estava funcionando muito bem. As pessoas me olhavam e cochichavam, elas nem conseguiam disfarçar. Meu celular vibrou e peguei no bolso, era mensagem da Caitlin.

Cadê você? Já chegou? Estamos nas mesas do refeitório.
                                        Cait.

Só olhei a mensagem e peguei meu horário. Tinha até esquecido a ordem das minhas aulas. Fui para a sala da primeira aula, coloquei minha mochila na cadeira e saí da sala. Alguns colegas de classe me cumprimentaram, curiosos.

Assim que cheguei às mesas do refeitório, avistei o pessoal. Caminhei até eles, que conversavam animadamente.

- Aí está ela! – Chaz foi o primeiro a me ver.

- Oi! – Respondi.

- Aaaaa que saudades! – Caitlin levantou e pulou em cima de mim, me sufocando em um abraço.

- Eu também estava com saudades, Cait. Mas eu ainda preciso respirar. – Respondi e ela riu.

- Dramática. Que bom que voltou! – Ela disse separando o abraço.

- Será que eu posso abraçar a minha namorada? – Justin disse levantando-se.

Meu coração acelerou. Ele estava tão lindo. Que saudades!

- Iiiih, todo apaixonadinho. – Ryan zoou.

- Todo gay agora. – Foi a vez de Christian.

- Calem a boca, otários. – Justin respondeu e aproximou-se de mim.

- Oi baby. – Ele disse me abraçando forte e beijando o topo da minha cabeça.

Eu me sentia tão protegida nos braços do Justin. Eu sentia que nenhum mal iria me alcançar dentro daqueles braços. Era meu porto seguro.

- Senti sua falta! – Disse baixinho o olhando.

- Eu também. – Ele respondeu e me deu um selinho.

- Já vão começar? Mais respeito pessoal. – Ryan disse.

- Mano, vocês estão precisando de uma namorada também. Esse estresse não é coisa boa. – Justin disse pegando em minha mão e fomos sentar com o pessoal.

- Namorada? Não, obrigada. – Chaz disse.

- Três otários. Justin que está certo. Arranjou uma namorada e vocês aí, chupando dedo. – Caitlin disse.

- Quer que a gente namore e tu? – Chris perguntou.

- É porque não achei ninguém a altura, porque se não, já estava chupando língua. – Caitlin disse e rimos.

Ficamos jogando conversa fora e o sinal tocou, as aulas iriam iniciar.

- Até o intervalo, gatinha. – Justin disse me dando um selinho.

- Até. – Sorri.

Nos direcionamos para nossas salas. E, tudo estava voltando ao normal, finalmente.

(...)

No segundo período fui chamada na coordenação. Eles me explicaram como eu faria para fazer as provas que eu perdi enquanto estive afastada. Peguei os conteúdos e eu teria a semana seguinte de provas, todos os dias. Estou vendo que vou me ferrar. É muita coisa para estudar e pouco tempo, mas eu não poderia reclamar, ou era isso ou eu reprovava muitas cadeiras.

Quando bateu o intervalo, saí da sala e me assustei com a Caitlin na porta já me esperando.

- Eu estou faminta! – Ela disse entrelaçando seu braço no meu.

- Me conte uma novidade, Caitlin. – Ri fraco.

- Estão vendendo uma torta de limão muito gostosa, você precisa provar, é dos deuses. – Ela disse animada me arrastando enquanto eu ria.

- Oh, com certeza! – Respondi. – A fila deve estar enorme.

- Relaxe, eu paguei o Chris para segurar nosso lugar na fila. – Ela respondeu e gargalhei.

- Quanto? – Perguntei.

- Dez dólares só para ficar na fila. Salafrário. – Ela disse indignada.

- Ele é esperto!

- Ohhh! – Ela disse pegando na minha mão. – Que anel lindo! Justin teve bom gosto.

- É lindo mesmo. – Sorri. – Ele e a Pattie escolheram.

- Seus pais já sabem?

- Ainda não, mas vou contar em breve. – Disse.

- E a sua mãe? Como está?

- Vai bem. Ela vai voltar a tomar o medicamento.

- Que bom. – Ela sorriu.

Chegamos à fila e Chris estava lá de braços cruzados.

- Demoraram. – Ele disse.

- E me parece que a fila nem andou. – Caitlin bufou.

- Eu deixei algumas gatinhas passarem na frente. – Ele disse coçando a cabeça.

- Ai foi? – Caitlin deu um tapa nele. – Vai ganhar só cinco dólares agora, otário.

- Hey Caitlin, o negócio não foi esse. – Ele protestou.

- Não foi mesmo, não mandei passar ninguém na frente.

- Vocês estavam demorando...

- Cala a boca, sai daí. – Caitlin disse empurrando ele da fila e me colocando na frente.
Ouvimos algumas pessoas reclamar.

- Vão se foder. – Caitlin disse e segurei o riso. – Que pessoal folgado. Eu paguei por esse lugar aqui, ok? – Ela continuou e gargalhei.

- Caitlin, shiu! – Disse ainda rindo.

Chegou na nossa vez e pedimos pedaços da torta de limão e refrigerante. Com as duas mãos ocupadas, fomos para a mesa onde os garotos estavam. Coloquei na mesa e me sentei ao lado de Justin.

- Não vão lanchar? – Perguntei.

- Não tivemos a terceira aula e já comemos. – Ryan respondeu.

- Ah! – Dei de ombros. – Prova. – Disse oferecendo ao Justin.

- Oh, não oferece, se não, você vai ficar sem. – Caitlin disse.

- Caladinha, Caitlin. – Justin disse e deu uma mordida no pedaço da torta. – Hummm, bom!

- Iai Kate, como vai fazer com as provas? – Chaz perguntou.

Dei uma mordida na torta e comprovei que era mesmo boa.

- Eu vou me ferrar. – Disse tomando o refrigerante.

- Porque? – Chris perguntou roubando refrigerante da Cait.

- Porque vou ter que fazer todas as provas que perdi semana que vem, de segunda à sexta. – Respondi.

- Caramba! Pegaram pesado. – Ryan disse.

- Minha filha, seu namorado é fera nesse negócio de Arquitetura. Ajuda ela Justin, para alguma coisa tu tem que servir. – Caitlin disse e os garotos riram.

Justin mandou um dedo do meio para ela.

- Elogia e depois taca o pau né? – Justin disse e ela riu. – Eu vou ajudar, Kate! Relaxa que vai ser moleza.

Sorri para ele.

- Aê Caitlin, não vai comer muito para não vomitar no parto da vaca. – Chaz disse rindo e ela fez cara feia.

- Vai ver parto de novo? – Perguntei.

- Infelizmente. É bonitinho e tal, mas levar para ir ver depois do intervalo é sacanagem. – Ela respondeu.

- Qualquer coisa, vomita em cima do professor. – Chris disse.

- Claro, ele me reprova, gênio. – Ela disse.

O intervalo passou rápido e tinha aula novamente. Era aula de desenho e eu adorava.

A única cadeira que eu tinha a certeza que não iria reprovar era a de desenho, porque as outras, eu estava muito ferrada.

Assim que terminou as aulas, fui para o estacionamento esperar a Caitlin. Me encostei no carro e fiquei esperando eles aparecerem. De longe avistei Ema e para meu desgosto, ela vinha caminhando em minha direção. Ah não!

- Kate! – Ela sorriu falsa. – Está desprotegida ou a louca da sua prima está escondida no carro pronta para me atacar? – Disse debochada.

- O que você quer, Ema? – Perguntei a olhando enquanto a mesma mascava um chiclete fazendo barulho.

- Pode baixar a guarda, eu só vim desejar boas vindas, de novo. – Ela disse cínica.

- Não precisava. – Respondi seca.

- Eu soube o que o Paul fez com você, nossa... Fiquei chocada! – Ela colocou a mão no peito como se estivesse mesmo surpresa.

Que garota dissimulada.

- O que essa galinha tá fazendo ciscando aqui? – Caitlin apareceu atrás da Ema.

Nem vi elas se aproximando com os garotos. Justin fuzilou Ema com os olhos e foi para o meu lado.

- O que você quer aqui, Ema? – Justin à perguntou.

- Ué, é proibido andar no estacionamento da faculdade agora? – Ela perguntou irônica.

- É proibido você dirigir a palavra a minha prima, entendeu? E eu não estou nem aí para a porcaria de um Boletim de Ocorrência, mas tá vendo esse salto aqui? – Apontou para o seu pé. – Eu vou afundar ele nesse seu crânio oco. – Caitlin disse já querendo ir para cima da Ema, mas Ryan a segurou.

- Calma Cait, não vale a pena. – Respondi.

- Pode guardar as garras, Caitlin. Eu já vou indo. – Ema disse.

- Ema? – Justin a chamou. – Pede para a sua mãe checar os e-mails amanhã. Ela vai ver a filha puta que tem.

- Quê? – Ela perguntou. – Não sei do que você está falando.

- Claro que sabe! Vou te dar a última chance, deixa a Kate em paz ou então eu espalho o seu vídeo dando que nem uma vadia que é. – Justin disse debochado e os garotos riram.

- Pô, me passa, Justin. – Chaz disse.

- Eu não sei do que vocês estão falando. – Ela disse afastando-se rapidamente.

Os garotos ficaram rindo.

- Joga o vídeo na rodinha, Justin. – Caitlin disse.

- Que vídeo é esse? – Perguntei curiosa.

- Deixa pra lá. Ela fez alguma coisa com você? Aquela garota sabe ser venenosa. – Caitlin disse.

- Não, estou legal. – Respondi.

- Você vem comigo. – Justin disse.

- É, vou deixar ele te roubar, só hoje. – Caitlin disse.

- Então até amanhã. – Disse para eles e abracei cada um.

- Cuidado, pombinhos! – Christian disse.

- Falow! – Justin disse e caminhamos até o seu carro e entramos. – Será que seus pais vão achar ruim se você chegar mais tarde em casa? – Ele perguntou ligando o carro.

- Com certeza! – Respondi. – Onde quer me levar?

- É segredo! Oh, digita o número do seu pai, vou ligar para ele. – Ele disse entregando o seu celular.

- Vai dizer o que para ele? – Perguntei colocando o número do meu pai.

- Shi! – Ele disse e colocou o celular no ouvido. – Alô? Erick? Sou eu Justin.

-

- Não aconteceu nada, ela está aqui do meu lado. Queria saber se posso levá-la ao shopping, é que minha tia está aniversariando e eu não sei o que comprar para ela. Você sabe como é, mulheres se entendem e a Kate pode me ajudar nisso...

Olhei para Justin e arqueei as sobrancelhas. Que tia?

- Tudo bem! Obrigado! – Ele respondeu e finalizou a ligação. – Pronto!

- Como enrolou meu pai assim? Nós vamos ao shopping? – Perguntei.

- Só foi uma desculpa, mas não vamos ao shopping. – Ele disse saindo do estacionamento da faculdade.

- E vamos aonde? – Perguntei curiosa.

- Você vai saber quando chegar lá. – Ele disse rindo.

- Sério? – Perguntei irônica.

 Justin colocou uma música no som do carro e foi cantarolando enquanto dirigia. Fiquei prestando atenção nas ruas iluminadas, pois já estava escurecendo.  Chegamos à uma praia e estava bem deserta.

- É aqui? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça desligando o carro.

- Mais não tem ninguém. – Respondi e ele riu.

- Por isso mesmo bobinha. Tire os sapatos e deixe as coisas aqui. – Ele disse tirando seus supras.

Fiz o que ele pediu e descemos do carro. Justin pegou em minha mão e caminhamos até a areia, olhei para todos os lados e não tinha ninguém mesmo, além de nós. Se eu fiquei com medo? Um pouco.

- O que viemos fazer aqui? – Perguntei inocente.

- Adivinha? – Ele me olhou e fiquei calada. – Namorar um pouquinho, baby.

- Aqui é tão... Esquisito à noite. – Disse.

- Relaxa ok? Senta aqui. – Ele disse e nos sentamos na areia.

O único barulho ali era das ondas quebrando na areia. De alguma forma, transpassava tranquilidade.

- Como foi a sua semana? – Ele disse me abraçando de lado.

- Chata! Você não foi me ver. – Fiz bico.

- Pensei que você quisesse espaço para reorganizar a sua vida. Aliás, como estão as coisas com a sua mãe?

- Quando eu cheguei em casa, fui conversar com ela, porém não deu muito certo. E fomos ter outra conversa na sala da psicóloga, ela pediu desculpas e aceitou voltar ao tratamento. – Respondi.

- Que bom amor! – Ele respondeu sorrindo e o fiquei olhando por longos segundos. – Que foi?

- Acho bonitinho você me chamando de amor. – Disse e olhei para frente.

- Você é o meu amor, Kate! – Ele disse e senti minhas bochechas queimarem.

- Obrigada por tudo o que fez por mim, eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente. – Disse.

- Não precisa me agradecer. – Ele disse levantando-se. – Vem, vamos tomar banho no mar.

- O quê? – Perguntei atordoada. – Está frio.

- Tá nada. Vem! – Ele disse estendendo a mão.

- Nós vamos adoecer, Justin! – Disse.

- Não vamos! Vem, amor. – Ele disse manhoso.

Tem como resistir? Segurei em sua mão e me levantei. Justin tirou suas calças jeans e a blusa, ficando apenas de boxer.

- Não vai querer chegar molhada em casa, né? – Ele disse.

- Não. – Ri fraco.

Tirei minhas roupas ficam apenas de lingerie. Logo senti minha pele se arrepiar com aquele vento frio. Ele segurou em minha mão e me arrastou correndo para o mar.

- Ah meu Deus! A água tá gelada. – Disse assim que a água tocou meus pés.

- Não tá nada! – Ele disse rindo e me pegou no colo, soltei um grito com o susto e Justin adentrou no mar.

Eu estava morrendo de medo, vai que tinha algum bicho ali? Jesus amado. A água não estava gelada, pelo contrário, estava quentinha.

- Pode colocar os pés no chão! – Ele disse me vendo agarrada em seu pescoço.

- Não, eu tô bem aqui. – Disse e ele riu.

- Só tem areia aqui. – Ele respondeu.

- Não. – Choraminguei e ele continuou rindo.

Justin me ajeitou em seu colo e fiquei com as pernas em volta dos seus quadris, suas mãos foram para minha bunda. Uma ficou e a outra foi subindo pela minha cintura, rodeou um dos meus seios e chegou ao meu rosto. Ele tomou meus lábios rapidamente, iniciando um beijo quente em meio àquela noite fria.

Sua língua movia-se dentro da minha boca com maestria. Que saudades dos seus toques. Com uma das mãos, fiz carinho em seus cabelos enquanto ele me beijava. Justin me apertava contra seu corpo e já o sentia ficar animado.
Ambos estavam com saudades e elas seriam matadas agora.